O presidente da República eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), confirmou nesta quinta-feira (29) que a ex-ministra e deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP) voltará ao comando do Ministério do Meio Ambiente quase 15 anos depois de uma saída conturbada do governo do próprio Lula.
“Um ministério que todo mundo estava esperando e todo mundo sabiam quem era é o Meio Ambiente, com a companheira Marina Silva”, disse Lula.
Ao ser anunciada, Marina foi bastante aplaudida pelo público no auditório do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, onde Lula fez as indicações.
Como contou o Broadcast Político, a ideia inicial de Lula era de que Marina ocupasse a posição de Autoridade Climática, para articular políticas sobre o tema em todo o governo, o que deixaria o posto de ministra do Meio Ambiente para a senadora Simone Tebet (MDB-MS).
Mas a ex-ministra defendeu publicamente que a Autoridade Climática seja um órgão mais técnico e diretamente vinculado ao MMA. Com isso, Tebet chefiará o Planejamento.
Marina foi ministra do Meio Ambiente entre 2003 e 2008, nos dois primeiros governos de Lula. Ela concorreu à Presidência da República em três ocasiões – em 2010 (PV), 2014 (PSB) e 2018 (Rede) – nas quais enfrentou inclusive fortes ataques petistas.
Reconciliada com o PT, Marina acompanhou o já eleito Lula na Cúpula do Clima (COP 27) realizada no Egito em novembro.
Como mostrou o Broadcast em 15 de dezembro, ela irá acompanhar o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em janeiro no Fórum Econômico Mundial, em Davos. O objetivo é conquistar investidores internacionais que estão de olho em práticas sustentáveis.
Marina tem grandes expectativas de que o tema não estará restrito apenas à Pasta e recebeu a promessa de Lula de que o meio ambiente fará parte de todo o governo, de forma transversal.
Num evento em Brasília no mês passado, ela foi questionada por que acreditaria que as coisas se dariam dessa forma e ela respondeu que o mundo mudou desde os outros mandato de Lula e que hoje o presidente eleito, que “não é negacionista”, percebeu a importância da sustentabilidade para o País, seu governo e a sua imagem no exterior.