Uma operação conjunta das polícias Civil, Militar e Federal iniciada nesta sexta-feira (17) tem como alvo integrantes da organização criminosa suspeita de organizar os ataques em cidades do Rio Grande do Norte nos últimos dias. No total, são cumpridos 54 mandados judiciais no litoral sul potiguar contra 22 alvos. Desses, 30 mandados são de prisão preventiva e outros 24 são de busca e apreensão.
“Entre os alvos da operação está um dos líderes da facção, que é apontado como responsável por ordenar os recentes ataques acontecidos nesta semana em Natal e diversos municípios do Rio Grande do Norte”, informou a PF em nota.
“Além do tráfico de drogas e assaltos, o grupo criminoso [alvo da operação] tinha como característica principal matar e atentar contra agentes de segurança pública. Pelo menos 4 policiais foram alvos de atentados nos últimos 5 anos. Um policial e a esposa de um policial foram mortos”, informou a Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social do estado (Sesed/RN).
Cerca de 150 policiais participam dessa operação. De acordo com a Sesed, a organização movimentava aproximadamente R$ 150 mil por mês com tráfico e assaltos.
“O dinheiro era repassado para José Kemps Pereira de Araújo (Alicate), 45 anos, preso em janeiro por cumprimento de decisão judicial. Ele é apontado como um dos chefes de uma facção criminosa que atua no Rio Grande do Norte”, afirmou a Sesed.
“Na última quarta-feira (14), Alicate, como é mais conhecido, foi transferido da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, para o Presídio Federal de Mossoró, por ser apontado como um dos mandantes dos ataques criminosos que vem ocorrendo no estado”, completou a nota da Secretaria.
Mais de 70 já foram presos
De acordo com balanço divulgado pelas autoridades de segurança atuando no estado, até o momento já foram presos 73 suspeitos de envolvimento nos ataques – dentre eles dois adolescentes, 10 foragidos da Justiça e dois portadores de tornozeleira eletrônica.
Além dos suspeitos, 20 armas de fogo foram apreendidas, 62 artefatos explosivos, 22 galões de gasolina, 10 motos e dois carros. Dinheiro, drogas e munições também foram apreendidos pela polícia. Em nota, o Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) disse que apura as motivações dos ataques criminosos no estado.
“Até o momento, a causa apontada é a insatisfação dos detentos com a ausência de regalias, inclusive visitas íntimas, o que não é previsto na Lei de Execuções Penais”, diz o comunicado. O MP afirmou que outras insatisfações “têm sido ventiladas aparentemente como narrativas para justificar o movimento criminoso”.
(Publicado por Léo Lopes) CNN BRASIL