A Prefeitura de Porto Velho iniciou, de forma gradativa, a desativação do lixão da Vila Princesa, com os resíduos sólidos passando a ser levados para um aterro sanitário. A medida é uma adequação ambiental e cumpre uma determinação da Justiça.
Para Eliezer de Oliveira, gestor ambiental com especialização em saneamento e tecnologia ambiental, e Márcia Alves, engenheira ambiental especialista em Gestão Ambiental e Licenciamento, atuando como coordenadora de Fiscalização de Obras e Infraestrutura da Seosp/RO, a desativação do lixão e a utilização de aterro sanitário, representa um ganho em qualidade de vida para a população, com mais saúde e proteção ao meio ambiente, promovendo sustentabilidade e cumprindo o que estabelece a legislação vigente.
“A estrutura de um aterro sanitário é diferenciada, que atende a lei 12.305/2010 que estipula os processos de tratamento dos resíduos. Regulamenta como cada resíduo deve ser tratado e como, desde o processo de coleta até a destinação final, como cada setor deve cuidar daquilo que gera. Desde o lixo doméstico até o industrial, de grandes produtores de resíduos”, explicou Eliezer.
Já Márcia Alves observou que “o aterro sanitário recebe o lixo, onde primeiramente é feito a pesagem e a separação dos recicláveis. Após esse processo, os demais resíduos são direcionados para serem depositados em local impermeabilizado onde é feito a cobertura com argila que deve ser devidamente compactada. Já o lixão, é um depósito em determinado local, a céu aberto, sem qualquer planejamento ou medidas de proteção ao meio ambiente ou à saúde pública”.
Para ambos especialistas, o grande desafio é mostrar para a população que a saúde é impactada com uso de lixão, não apenas de quem reside nas suas imediações, mas por tudo o que acaba sendo gerado, em decorrência do lixo acumulado, sem nenhum tipo de tratamento.
O gestor ambiental reforça ainda que “o fato é que, com um lixão, o resíduo é jogado de qualquer forma, o que é danoso à saúde pública, ao meio ambiente e também do ponto de vista social e econômico. Por isso, a desativação do lixão e uso do aterro sanitário deve ser feita de forma gradual. No nosso caso, tem um bairro ao redor do lixão, de onde as pessoas tiravam o seu sustento”.
Márcia Alves pontuou que “a transição vem ocorrendo de forma gradual em todo território brasileiro. O uso dos aterros avançaram a partir de 2010, sendo que o prazo para o encerramento dos lixões a céu aberto está previsto para 2024. Entre muitas vantagens podemos citar a não contaminação do lençol freático e emissões de gases de forma desordenada, mal cheiro e a proliferação de animais peçonhentos”.
Eliezer de Oliveira acrescentou que “é louvável a decisão do prefeito Hildon Chaves, de cumprir a legislação e avançar ambientalmente, com o fechamento do lixão e o uso do aterro sanitário. Parabéns ao prefeito e ao secretário de Meio Ambiente, Robson Damasceno, por cumprirem a lei de forma justa. Há muito se discute a implementação de coleta seletiva e do aterro sanitário na capital. Agora, avançamos para o uso de aterro sanitário. Não será uma coisa fácil, imediata, mas gradativa e que necessita de educação e de informação”.
Ele acrescenta que “hoje, se junta o lixo e se joga de qualquer jeito, isso precisa mudar. Quem produz lixo, é responsável pelo seu descarte, pela sua destinação final. A implantação do lixão acaba trazendo essa discussão: a nossa responsabilidade sobre os resíduos que produzimos, até a destinação final. Vale para empresas e para o cidadão comum. Faço uma obra, chamo o papa-entulho e levam o material, mas continua sendo minha responsabilidade também, como gerador do resíduo. A primeira coisa que temos que entender é que vamos ter que nos adequar”.
Por sua vez, Márcia Alves defende que “a conscientização é ainda o melhor e o caminho mais curto, mas no geral o resultado não acontece da noite para o dia. Vale ressaltar, que a má operação de um aterro acaba tornando um verdadeiro “lixão controlado”. Um aterro sanitário não pode haver mau cheiro, roedores nem tão pouco aves sobrevoando o mesmo”.
Texto: Eranildo Costa Luna
Foto: Ricardo Farias
Superintendência Municipal de Comunicação (SMC)