O presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu nesta quinta-feira (17/3) que a Justiça cobre da Petrobras o aumento no preço dos combustíveis, e não dele, uma vez que, segundo explicou, a empresa é “independente” e o chefe do Executivo não tem “ascendência” sobre a estatal.
Na semana passada, a Petrobras anunciou um mega-aumento no valor dos combustíveis nas refinarias – uma alta de 18,8% na gasolina e 24,9% no diesel. Um dia depois, em 11 de março, a juíza Flávia de Macêdo Nolasco, da 9ª Vara Federal de Brasília, determinou que o governo prestasse informações sobre a alta no preço dos combustíveis. O prazo terminou na segunda-feira (14/3). Como resposta o Executivo federal disse não poder interferir nos preços exigidos pela empresa.
“Deixar claro para a Justiça brasileira… Por favor, eu não tenho ascendência sobre a Petrobras. Se eu quiser hoje trocar o presidente da Petrobras, eu não posso trocar. Se eu quiser hoje trocar o diretor da Petrobras, eu não posso trocar. A Petrobras é praticamente independente”, disse Bolsonaro durante transmissão ao vivo nas redes sociais.
Reajuste no preço dos combustíveis
O reajuste anunciado pela Petrobras começou a valer na última sexta-feira. O preço médio de venda da gasolina para as distribuidoras passou de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro, um aumento de 18,8%. Para o diesel, o preço médio passou de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro, uma alta de 24,9%.
O GLP, conhecido como gás de cozinha, também ficou mais caro. O preço médio de venda do GLP da Petrobras para as distribuidoras foi reajustado em 16,1% e passou de R$ 3,86 para R$ 4,48 por kg, equivalente a R$ 58,21 por 13 kg.
“Apesar da disparada de preços do petróleo e seus derivados em todo o mundo, nas últimas semanas, como decorrência da guerra entre Rússia e Ucrânia, a Petrobras decidiu não repassar a volatilidade do mercado de imediato, realizando um monitoramento diário dos preços de petróleo”, afirmou a estatal, em comunicado.
A empresa argumentou que os valores refletem parte da elevação dos patamares internacionais, impactados pela oferta limitada frente à demanda mundial por energia.
O governo federal estuda uma forma de segurar os preços dos combustíveis. A equipe econômica avalia repassar o custo da alta do petróleo no mercado internacional para a estatal ou criar novo programa de subsídios.