O assassinato brutal de Joicinéia Dias da Silva e Francinete Pereira da Silva Neta, irmãs encontradas em uma cova rasa no último sábado (16), em uma área de mata no residencial Edgar Gayoso, zona Norte de Teresina, chocou a capital piauiense. O crime, que teria sido motivado por conflitos entre facções criminosas, foi presenciado pela filha de uma das vítimas, uma criança de apenas 4 anos.
De acordo com o delegado Francisco Barêtta, coordenador do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), as irmãs tinham envolvimento com o tráfico de drogas e mantinham relações amorosas com membros de facções rivais, o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Bonde dos 40 (B40). Essa conexão conflituosa, segundo o delegado, foi o estopim para a execução.
“Essas moças eram conhecidas na região por estarem ligadas ao mundo do crime. Inicialmente, elas se relacionavam com membros do PCC, mas recentemente passaram a se envolver com integrantes do Bonde dos 40. Essa traição no submundo do tráfico acabou sendo fatal. Infelizmente, elas pagaram com a vida por essas escolhas”, afirmou Barêtta em coletiva de imprensa.
A testemunha infantil e os momentos finais
O crime, marcado pela crueldade, foi testemunhado por uma menina de apenas 4 anos, filha de uma das vítimas. Segundo relatos obtidos pelo Conselho Tutelar, a criança presenciou cenas aterrorizantes, como o momento em que uma das mulheres teve o cabelo cortado antes de ser baleada.
“Elas saíram de casa com duas crianças, uma de 4 anos e outra de 6. A criança mais velha foi deixada na casa de uma tia, enquanto a menina mais nova permaneceu com elas e viu tudo. Após o crime, um homem a deixou em frente a uma Unidade Básica de Saúde (UBS) na Santa Maria da Codipi. Essa criança está muito abalada e está recebendo acompanhamento do Conselho Tutelar”, detalhou Barêtta.
A polícia optou por não entrevistar a menina imediatamente, considerando o trauma que ela enfrentou. O caso evidencia a brutalidade do mundo do crime, onde até crianças são envolvidas, direta ou indiretamente, em cenários de violência extrema.
Circulação de vídeos e investigações em curso
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram imagens das irmãs antes e após a execução. Em algumas gravações, é possível ver criminosos comemorando a morte das jovens. As cenas fortalecem a hipótese de que o crime foi uma “punição” ordenada por integrantes do PCC devido à aproximação das vítimas com a facção rival.
O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa segue investigando o caso para identificar e prender os responsáveis. “Estamos empenhados em esclarecer todos os detalhes e garantir que esses criminosos sejam levados à Justiça”, garantiu o delegado.