O ministro da Justiça, Flávio Dino, disse nesta terça-feira, 9, que há registros de que colecionadores de armas, atiradores e caçadores, os chamados CACs, se associaram ao crime organizado. Dino falou na Comissão de Segurança Pública do Senado. “Infelizmente, criminosos viraram CACs e CACs também se associaram a práticas criminosas”, afirmou, justificando prisões efetuadas pela PF. “Claro que a imensa maioria dos CACS não comete crimes, mas temos alguns CACS que estão a serviço de organizações criminosas e essa é a razão principal que temos realizado as operações”, explicou.
Em balanço divulgado na última quinta-feira, 4, o Ministério da Justiça informou que 6.168 armas de uso restrito não haviam sido, até o momento, recadastradas no sistema da Polícia Federal. Segundo o ministro, o governo federal irá intensificar ações para que elas sejam apreendidas. Ao todo, 939.154 armas foram cadastradas no sistema da PF até às 23h59 da última quarta-feira 3, sendo que 894.890 são de uso permitido e 44.264 de uso restrito.
“Vale lembrar que há 6.168 armas de uso restrito, fuzis, que não foram recadastrados, ou seja, sumiram. Nós vamos descobrir onde estão essas armas estão e vamos apreender. Mas todas as semanas a imprensa mostra que grande parte dessas armas foi parar exatamente na mão da milícia, exatamente na mão do PCC e de outras organizações criminosas”. De acordo com o ministro, do início do ano até agora foram apreendidas 1.143 pistolas e 114 fuzis, frente a 135 pistolas e 12 fuzis apreendidos em 2022.
Está prevista para a próxima segunda-feira, 15, a apresentação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva do relatório do grupo de trabalho criado pelo governo federal para discutir a atualização do Estatuto do Desarmamento. O material irá subsidiar decreto com regras restritivas a donos de armas e clubes de tiros.