O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), demonstrou preocupação com a gravidade da operação policial que terminou com pelo menos 25 mortos na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, na terça-feira (25). O magistrado é o relator no Supremo de uma ação que trata de letalidade em ações policiais em comunidades cariocas.
O ministro conversou com o procurador de Justiça do Rio de Janeiro, Luciano de Oliveira Mattos de Souza, e demonstrou “preocupação com a notícia de mais uma ação policial com índice tão alto de letalidade.”
Na ação que tramita na Suprema Corte, Fachin determinou que o governo do Rio forneça um plano de redução da letalidade policial. No entanto, o magistrado declarou que confia no Ministério Público do estado. “Mas (Fachin) informou que soube da pronta atuação do Ministério Público e que tem confiança de que a decisão do STF será cumprida, com a investigação de todas as circunstâncias da referida operação”, informou o Supremo, em nota.
Ao longo da história, apenas a ação na favela do Jacarezinho, em maio do ano passado, resultou em mais mortes do que a Vila Cruzeiro, com 28 óbitos.
A Polícia Militar do Rio de Janeiro informou que a operação, que ocorreu em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), estava sendo organizada há meses, mas teve de ser colocada em prática de modo emergencial para impedir a fuga de traficantes para a Rocinha. Entre os óbitos, foram identificados os corpos de moradores que não têm ligação com o crime.
Após a operação, o coronel da Polícia Militar Luiz Henrique Marinho chegou a falar que a corporação “começou a reparar essa movimentação, essa tendência deles de migração para o RJ, a partir da decisão do STF (que limitou operações policiais em favelas durante a pandemia de Covid-19).”
FONTE: R7