O governo do Peru ordenou nesta quinta-feira, 15, um toque de recolher noturno em 15 províncias localizadas em oito departamentos, dos 24 que o país possui, após um dia em que pelo menos seis manifestantes morreram, o que elevou para 14 o número de mortos na onda de protestos que começou no domingo passado. A restrição de circulação vigorará por pelo menos cinco dias, segundo o decreto publicado no jornal oficial El Peruano. “Durante a imobilização social obrigatória (toque de recolher), as pessoas podem circular nas vias de uso público para aquisição, produção e abastecimento de alimentos, o que inclui o seu armazenamento e distribuição para venda ao público”, detalha o decreto. Além disso, estão excluídos o pessoal de saúde, coleta e saneamento de resíduos, transporte, entregas, telecomunicações e outras atividades fundamentais.
As farmácias também poderão continuar sua atividade durante o toque de recolher de acordo com o decreto publicado. Da mesma forma, será permitido o deslocamento daquelas pessoas que requerem atenção médica urgente porque sua vida ou saúde está em risco grave. O departamento sulista de Cuzco é a região com o maior número de províncias (quatro) em imobilização social obrigatória, com toque de recolher das 20h às 4h em Cuzco, La Convención, Chumbivilcas e El Espinar. Os departamentos de Huancavelica e Ica, no centro do país, e Puno e Apurímac, no sul do Peru, têm cada um duas províncias sob toque de recolher.
As províncias de Andahuaylas e Chincheros, em Apurímac, onde houve seis mortes desde o início dos protestos, terão o movimento restrito a partir das 18h, razão pela qual, junto com a província de Virú, no departamento norte de La Libertad, serão os pontos onde o toque de recolher começará mais cedo. As províncias de Cangallo, no departamento de Ayacucho, e Arequipa, onde fica a segunda maior cidade do país, também estarão sob toque de recolher.
Desta forma, em Arequipa e Cuzco, a segunda e terceira cidades mais importantes do Peru, o movimento será restrito a partir das 20h. Pelo menos seis manifestantes morreram nas primeiras 20 horas do estado de emergência nacional no Peru, que entrou em vigor nesta quinta-feira, o que eleva para 14 o total de mortos desde domingo nos protestos que pedem a destituição da presidente Dina Boluarte, o fechamento do Congresso e a convocação de uma Constituinte. Os seis óbitos se somam aos seis no departamento sulista de Apurímac, a uma vítima mortal em Arequipa e outra em La Libertad, depois que os protestos se intensificaram neste domingo em várias partes do país. O governo Boluarte decretou estado de emergência nacional por 30 dias na quarta-feira para controlar os atos de vandalismo e violência cometidos nas manifestações de protesto.
FONTE: JOVEM PAN