Fazer parte de uma nova família é, muitas vezes, um desafio. Quando isso também leva o novo integrante a ajudar no negócios familiares, a responsabilidade é ainda maior. Essa foi a experiência de Fernando Brisola, gerente comercial da Dismonza Tintas, varejista de tintas sediada em Porto Velho (RO), que possui 30 lojas distribuídas nos estados do Acre, Amazonas, Ceará, Distrito Federal, Pará e Rondônia. Casado com Cristiane Belini, responsável pela área financeira da Dismonza, Brisola está há 12 anos na empresa, que foi fundada pelo seu sogro, Volcir Belini. O executivo participou do 2º Projeto Sucessores, que reuniu mais de 90 empresários de diferentes gerações de fundadores e sucessores, em Porto Alegre/RS. O evento foi organizado pela Atlas, indústria gaúcha referência em soluções de pintura, construção e casa, com 27 mil clientes em todo o Brasil e exterior.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 90% das organizações têm gestão familiar, entretanto, apenas 8% ou 9% delas permanecem em atividade após a terceira geração assumir. Considerando que o mercado de Matcon no Brasil movimentou mais de R$ 200 bilhões em 2022, este é um dado que preocupa a Atlas, que integra a holding InBetta.
“Em 57 anos de história, a Atlas vem desenvolvendo uma relação forte de parceria tanto com os fundadores quanto com as novas gerações de clientes. E, por sermos também uma empresa familiar, entendemos a importância de preparar os futuros líderes para garantir a continuidade dos negócios. Sabemos que quem não planeja bem as próximas gestões, acaba fechando as portas. Por isso, estamos promovendo a 2ª edição do Projeto Sucessores, evento criado para auxiliar as companhias a refletirem sobre o assunto”, comenta Eduardo Bettanin, CEO das Empresas InBetta.
Assim, o Projeto Sucessores, da Atlas, reuniu empresários do país para discutir mais sobre sucessão familiar. Durante a quarta-feira (24/5), no Hotel Deville, em Porto Alegre, foram realizados debates e compartilhamento de experiências entre as gerações. Foi um momento de imersão em temas relevantes como Gestão da Sucessão, Governança Patrimonial, Fusões e Aquisições e Desafios do Varejo.
O diretor da Dismonza destaca que a maioria das grandes empresas no mundo surgiu de grupos familiares. “Se elas chegaram a um ponto de grande desenvolvimentos é porque as famílias deram apoio para que crescessem de uma forma profissional”, comenta. No caso da Dismonza, Brisola afirma que o processo de sucessão e integração dos familiares ocorreu de forma natural. “Mas, de alguns anos para cá, com participação da família em outros eventos como, estamos já com a ideia de realizar esse processo de sucessão de forma mais profissionalizada”, destaca.
Em relação ao evento promovido pela Atlas, Brisola acredita que esse tipo é uma forma de “prestígio” dado às organizações participantes. “A gente percebe que o fornecedor (Atlas) está preocupado com as nossas empresas. Além disso, é um bom momento para fazer network e trocar ideias”, aponta o gerente comercial. Os participantes também tiveram uma ótima oportunidade para fortalecer o network com empresas nacionais do segmento, grandes indústrias, importadores e distribuidores de materiais de construção da América Latina. Além dos debates em Porto Alegre, o Projeto Sucessores incluiu ainda uma visita à fábrica da Atlas em Esteio (RS), um curso de vinhos com o renomado sommelier Maurício Roloff, no SPA do Vinho, em Bento Gonçalves(RS) e um almoço de encerramento em um restaurante típico italiano em Garibaldi(RS).
SOBRE A ATLAS
Desde o início de suas atividades, em 1966, a Atlas é referência em ferramentas para pintura, construção e casa. Com sede em Esteio, a empresa que faz parte da holding InBetta vem diversificando as linhas de produtos. Fabricação de assentos sanitários e máquinas elétricas (Linha Powertech) são algumas das inovações que entraram nas esteiras de produção no ano passado. Em números, a empresa tem mais de 1,3 mil itens em seu portfólio, sendo o carro-chefe das vendas o Rolo AntiGota (AT321/10), com mais de 3 milhões de peças vendidas/ano. A manufatura deve gerar um crescimento na ordem de 6% neste ano. Apesar de se manter positivo, o índice está bem abaixo da média de 19% dos anos 2020 e 2021, em razão das incertezas econômicas no Brasil e no mundo.
Com unidades fabris em Esteio (RS) e Paulista (PE), e centros de distribuição no Rio Grande do Sul, São Paulo e Pernambuco, a Atlas conta com 480 colaboradores. O Grupo InBetta detém nove marcas nos segmentos de Higiene e Limpeza, Organização, Conservação, Acabamento e Linha Profissional, com uma produção de cerca de 50 milhões de unidades ao mês, comercializadas em todo o Brasil e exportadas. Os embarques representam cerca de 10% do faturamento da Atlas e da também da holding InBetta e têm como destino mais de 50 países da América do Sul e América Central, América do Norte, Europa e África.