A madrugada do último sábado, dia 1º de março, foi marcada por um episódio de violência e desespero às margens do Rio Madeira, em Porto Velho. Dois jovens, identificados como Vanderson Fernandes Tavares, de 30 anos, e Hiago Levy Viana Tavares, de 18 anos, desapareceram nas águas do rio após serem alvos de disparos efetuados por uma escolta armada da empresa Hermassa.
Os jovens estavam em uma embarcação quando foram surpreendidos pelos tiros. Um terceiro amigo, Douglas F. T., de 28 anos, estava com eles e conseguiu escapar. Ele conseguiu levar a embarcação até a margem do rio, onde foi liberado pelos seguranças da empresa, mas não conseguiu impedir o desaparecimento de Vanderson e Hiago. A notícia foi levada às famílias, que imediatamente registraram boletins de ocorrência nas autoridades competentes, mas, até o momento, não receberam respostas concretas.
A família das vítimas relatou que, apesar das queixas e registros formais, nem a Polícia Militar, nem a Polícia Civil, nem o Corpo de Bombeiros tomaram providências efetivas para localizar os jovens desaparecidos. O descaso das autoridades gerou indignação entre familiares e amigos, que organizaram equipes voluntárias para realizar buscas nas imediações do rio.
O clima de tensão aumentou nas últimas horas após a família receber denúncias anônimas sobre a possível situação de um dos jovens. De acordo com os relatos, um dos desaparecidos estaria sendo mantido em cativeiro pelos seguranças da Hermassa e estaria sendo agredido para revelar o nome do proprietário da embarcação. A polícia foi acionada para investigar a denúncia, mas, segundo os familiares, até o momento nenhuma ação concreta foi tomada para verificar a veracidade das informações.
Os três jovens, moradores do bairro Nacional, na zona norte de Porto Velho, estão sendo procurados pelas equipes voluntárias, enquanto as autoridades continuam sem dar uma resposta satisfatória sobre o caso. A demora nas investigações e a falta de ação por parte das forças de segurança levantam sérias preocupações sobre possível negligência no caso.
O episódio gerou uma onda de revolta entre a população e questionamentos sobre o tratamento dispensado às vítimas de violência nas águas do Rio Madeira. A pressão por respostas e a continuidade das buscas crescem, enquanto a tragédia permanece sem um desfecho claro e sem as providências necessárias por parte das autoridades responsáveis.