“Eu defendo que esse projeto vá para frente com aquilo que lhe trouxe a vida, que é o Mover. É o que vai colocar o Brasil no tema mais importante, que é o clima”, defendeu o senador Cunha depois da reunião. O líder do governo no Senado, senador Jaques Wagner (PT-BA), por outro lado, destacou que o projeto precisa ser aprovado com rapidez, sem ter que voltar à Câmara dos Deputados. O parlamentar enfatizou ainda que a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não pediu a retirada da taxação da proposta.
“O governo não rompeu nenhum acordo porque não se orientou que retirasse [o trecho sobre a taxação]”, explicou Jaques. “A decisão de acolher a emenda supressiva foi do relator, que será submetida a voto amanhã [quarta-feira]. A história não terminou.” Na Câmara dos Deputados, o relator da proposta, Átila Lira (PP-PI), incluiu a taxação das compras internacionais no PL do Mover. A discussão a respeito do tema uniu o PT e o PL para tentar impedir o fim da isenção. No entanto, com a pressão dos congressistas, a base governista fechou um acordo com Átila Lira para manter a oneração em 20%.
Confira como fica a taxação:
Arte Metrópoles
Depois da retirada do fim da isenção, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), indicou que o Mover pode acabar caso a taxação seja retirada da proposta que institui o programa. “Se o Senado modificar o texto, obrigatoriamente tem que votar [na Câmara]. O que eu não sei é como os deputados vão encarar uma votação que foi feita por acordo se ela retornar. Acho que o Mover tem sérios riscos de cair junto e não ser mais votado na Câmara”, salientou Lira.
Programa Mover
O Programa Mover foi instituído por meio de uma medida provisória que perdeu a validade no último 1º de junho. A medida, no entanto, ainda segue em discussão no Congresso Nacional, sendo aprovada apenas pela Câmara. O Mover prevê a descarbonização da indústria automobilística brasileira. A iniciativa é defendida pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. A proposta prevê incentivos de R$ 3,5 bilhões em 2024, R$ 3,8 bilhões em 2025, R$ 3,9 bilhões em 2026, R$ 4 bilhões em 2027 e R$ 4,1 bilhões em 2028 para descarbonização da indústria.