O evento foi organizado pela Maternidade Municipal Mãe Esperança, em parceria com o Centro de Referência da Mulher, e mobilizou uma equipe composta por sete médicos especialistas e nove médicos residentes, todos capacitados para realizar o procedimento de inserção e o acompanhamento necessário.
“Esse é o primeiro mutirão que estamos realizando nesta nova gestão, para atender mulheres em fases reprodutivas e que desejam ter um método contraceptivo de longa duração. O DIU de cobre tem duração de 10 anos e é muito bom para mulheres que não desejam ter filhos tão cedo, principalmente adolescentes e mulheres na fase final reprodutiva. Além disso, é um método não hormonal, que causa menos impacto ao organismo”, explicou a doutora Conceição Simões, diretora da Maternidade Municipal.
Inicialmente, o mutirão previa atender cerca de 250 mulheres, mas a demanda superou as expectativas, totalizando mais de 300 agendamentos. Além da inserção do DIU, as participantes também tiveram acesso a testes rápidos para gravidez e infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), reforçando a proposta de cuidado integral com a saúde da mulher.
EXPERIÊNCIAS REAIS
Entre as participantes estava Maria de Nazaré, de 22 anos, que chegou recentemente a Porto Velho, vinda de Lábrea. Ela soube da ação por meio de colegas de trabalho e decidiu participar por estar focada na vida profissional e acadêmica.
“No momento, estou focada no trabalho e nos estudos. Futuramente, eu penso em ter filho, mas não agora, sou muito nova”, afirmou. Maria destacou ainda a importância da gratuidade no acesso ao método. “É muito bom, porque nem todo mundo tem condição de pagar para colocar”, completou.
A arquiteta Daniela Cristina também participou do mutirão. Com experiência anterior no uso do DIU, ela optou por inserir o dispositivo novamente como parte de seu planejamento familiar.
“Eu coloquei o DIU, aí depois de seis anos eu tirei e agora decidi colocar novamente. Pretendo ter filhos futuramente e o DIU é um método que eu não preciso tomar hormônios, é um método seguro, é um método que eu escolhi”, contou.
A enfermeira Silvia Neri, que atuou durante o mutirão, reforçou os benefícios do método.
“É um método extremamente seguro, que a paciente coloca e já pode ir para casa, ter sua vida normal. Não agride o corpo, não causa dor nem desconforto. É um método muito bom”.
ACESSO CONTÍNUO
Segundo Francisca Nery, diretora do Departamento de Média e Alta Complexidade da Semusa, a inserção do DIU também é oferecida regularmente na rede municipal. “Está disponível nas unidades básicas. Basta procurar a unidade de saúde mais próxima e solicitar o atendimento na regulação. Mas sabemos que, com a correria do dia a dia, muitas mulheres têm dificuldade de agendar e aguardar o retorno da fila do Sisreg. O mutirão ajuda a resolver isso de forma mais rápida”, explicou.
A diretora também confirmou que novas edições do mutirão estão sendo planejadas, devido à alta demanda. “A gente ainda não tem uma data prevista, mas vimos que a procura é grande e precisamos nos aproximar dessas mulheres aqui de Porto Velho”, finalizou.
PRIORIDADE
A realização do mutirão reforça o compromisso da Prefeitura de Porto Velho com a promoção da autonomia reprodutiva e o acesso a métodos contraceptivos seguros e eficazes, especialmente para mulheres em situação de vulnerabilidade.
A expectativa é que novas edições da ação continuem garantindo o direito ao planejamento familiar e ampliando o cuidado integral com a saúde da mulher no município.
Texto: Nathalie Ventura
Foto: Júnior Costa
Secretaria Municipal de Comunicação (Semusa)