Josiana Aparecida da Silva afirmou que sentiu alívio ao saber da morte de João Ferreira da Silva, assassinado a tiros na quarta-feira (10), um dia após deixar a cadeia. O homem cumpria pena pelo estupro e assassinato de Bruno Aparecido dos Santos, filho de Josiana, morto aos 9 anos em 2005, em Sinop (a 478 km de Cuiabá), Mato Grosso. O caso ganhou ampla repercussão à época.
Em entrevista à Real TV, Josiana disse que “a Justiça foi feita”, embora, para ela, a reparação tenha demorado quase duas décadas. “A Justiça foi feita. Mas, para mim, demorou muito tempo para ser feita”, declarou.
Movida pelo sentimento de revolta, ela foi até o local onde João havia sido morto e relatou que teve uma reação que a surpreendeu.
“Eu achava que não teria coragem de matar ele, mas hoje, vendo ele morto, sei que, se tivesse oportunidade, eu teria matado”, acrescentou.
A mãe contou que pediu perdão a Deus por ter se alegrado com a morte do homem que tirou a vida de seu filho. Segundo ela, o alívio não está ligado à memória de Bruno, mas à certeza de que João não fará novas vítimas.
“Estou feliz não pelo meu filho, porque ele não volta, mas porque nenhuma criança vai ser morta mais por ele”, afirmou.
Durante a entrevista, Josiana também lembrou da dor que carrega desde o crime. Disse que, na época, não teve coragem de ver o corpo do filho e que, até hoje, pensa no futuro que Bruno poderia ter tido. “Hoje eu poderia ter meus netos, os filhos dele. Poderia ter ele, um homem, e não tenho. Dói todos os dias”, declarou.
Relembre o caso
Bruno foi atraído por João Ferreira da Silva para uma casa em construção, onde foi estuprado e assassinado. O corpo foi enterrado no local. Dez dias depois, João foi preso após tentar abusar de outra criança e acabou confessando o crime. Em 2008, foi condenado a 42 anos de prisão.
Na última quarta-feira, João foi abordado por dois criminosos ao deixar um estabelecimento comercial na cidade.
Em seguida, um deles efetuou os disparos que mataram o pedreiro. Toda situação foi registrada por câmeras de segurança. Até agora, os atiradores não foram encontrados.