O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu aos Estados Unidos (EUA) para que não se envolvam na questão relacionada à reivindicação de anexação de parte do território da Guiana, a região de Essequibo, que representa 70% da área do país. A declaração do líder venezuelano aconteceu na noite dessa segunda-feira (4/12).
“Tiraram o presidente da Guiana do cargo, porque ontem ele disse que os EUA têm as tropas prontas para fazer uma guerra contra a Venezuela”, disse Maduro. “Fazem uma promessa à Guiana, encorajam-na a fazer uma provocação contra a Venezuela e depois a deixam sozinha”, provocou o presidente da Venezuela.
O presidente da Guiana, Irfaan Ali, afirmou apenas que o país conta com o apoio dos Estados Unidos, Canadá e França, mas não há declarações dele sobre uma possível ajuda militar desses países.

“Aconselho os Estados Unidos da América [a ficarem] longe daqui. Deixem que Guiana e Venezuela resolvam esse assunto em paz. Fora daqui”, completou Maduro.
As declarações do presidente venezuelano acontecem após o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Matthew Miller, afirmar que a questão não poderia ser resolvida em um plebiscito.
“Pedimos à Venezuela e à Guiana que continuem procurando uma solução pacífica para a sua disputa. Isso não é algo que possa ser resolvido por meio de um plebiscito”, destacou Miller em uma entrevista coletiva.
Venezuela e Guiana
No último domingo (3/12), a maioria dos votantes da Venezuela aprovou um plebiscito para decidir se o país deveria ou não anexar parte do território da Guiana. O local é conhecido como Essequibo e está no centro das discussões entre os dois países há anos.
Os venezuelanos defendem que o Essequibo, uma área de 159.500 km² e rico em recursos naturais, fazia parte da Capitania Geral da Venezuela, quando a região ainda era dominada pelo império da Espanha.
No entanto, a Guiana alega que a questão foi resolvida em 1899, por meio da Sentença Arbitral de Paris que determinou as fronteiras dos territórios da Guiana Britânica.
FONTE: METRÓPOLES