Os estados brasileiros com mais assassinatos por arma de fogo concentram as menores quantidades de postos de coleta da Campanha do Desarmamento, do governo federal. O levantamento foi feito pelo R7, por meio do cruzamento de dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), ligado ao Ministério do Planejamento e Orçamento, e do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Os estados brasileiros com mais assassinatos por arma de fogo concentram as menores quantidades de postos de coleta da Campanha do Desarmamento, do governo federal.
O levantamento foi feito pelo R7, por meio do cruzamento de dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), ligado ao Ministério do Planejamento e Orçamento, e do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
São Paulo lidera o ranking, com 215 pontos de entrega voluntária. Em seguida, estão Rio de Janeiro (95), Minas Gerais (57) e Rio Grande do Sul (54). No outro extremo, estão Maranhão (1), Piauí (1), Rio Grande do Norte (2) e Roraima (2).
A lista contrasta com a quantidade de mortes. A taxa de São Paulo de assassinatos por arma de fogo por 100 mil habitantes é a menor do país (4,19). Sergipe, estado com o maior índice (33,76), tem apenas quatro postos de coleta (veja os dados completos na arte acima).
A média nacional de óbitos por arma de fogo é 15,37. O número do Rio Grande do Norte (33,71) supera o dobro da taxa do Brasil, mas o estado tem apenas dois pontos de entrega de armamentos. É o mesmo caso do Amapá, que soma 30,62 assassinatos por arma de fogo por 100 mil habitantes e dois locais de coleta da Campanha do Desarmamento.
O R7 questionou o Ministério da Justiça e Segurança Pública quanto aos critérios para determinar a quantidade de postos por estados, mas não obteve retorno até a última atualização deste texto.
Entre os estados com média superior à taxa nacional, apenas quatro têm pelo menos dez postos de coleta de armas: Bahia, Pernambuco, Goiás e Paraíba. Mesmo assim, a quantidade de pontos não é alta — a Bahia tem 15 locais disponíveis para entrega voluntária; em Pernambuco, são 14; Goiás e Paraíba têm 10, cada um.
A distribuição dentro dos estados também é desigual. Dos 5.570 municípios brasileiros, apenas 177 (3%) contam com pelo menos um ponto de entrega voluntária de armamentos. A unidade federativa que tem postos em mais municípios é São Paulo (54), mas o número é inferior a 10% do total de municípios do estado (645).
Nos estados onde há poucos pontos de coleta de armas, a concentração está nas cidades centrais. Alguns estados contam com locais de entrega apenas nas capitais. É o caso de Acre, Alagoas, Amazonas, Maranhão, Piauí, Roraima e Sergipe.
Os locais de entrega não estão disponíveis publicamente. A reportagem conseguiu a lista após acionar o Ministério da Justiça e Segurança Pública. No total, há 621 postos de coleta espalhados pelo país.
A aba da Campanha do Desarmamento, no portal da Polícia Federal, afirma que o projeto é permanente, “não havendo mais prazo para entrega de armas de fogo mediante indenização”. As informações sobre os procedimentos para entrega, porém, não estão disponíveis.
• Acre: Rio Branco;
• Alagoas: Maceió;
• Amapá: Macapá;
• Amazonas: Manaus;
• Bahia: Salvador, Ilhéus, Juazeiro e Vitória da Conquista;
• Ceará: Fortaleza e Juazeiro do Norte;
• Distrito Federal: Brasília, Guará, Sobradinho, Taguatinga, Núcleo Bandeirante e Samambaia (no DF, apenas Brasília é considerada município; as demais localidades são tidas como regiões administrativas);
• Espírito Santo: Vila Velha, Cachoeiro de Itapemirim e São Mateus;
• Goiás: Goiânia, Jataí e Anápolis;
• Maranhão: São Luís;
• Mato Grosso: Cuiabá, Sinop, Barra do Garças, Cáceres e Rondonópolis;
• Mato Grosso do Sul: Corumbá, Campo Grande, Dourados, Três Lagoas e Ponta Porã;
• Minas Gerais: Uberlândia, Belo Horizonte, Poços de Caldas, Juiz de Fora, Pouso Alegre, Leopoldina, Sabará, Patos de Minas, Caratinga, Unaí, São João del-Rei, Paracatu, Patrocínio, Janaúba, Itajubá, Lavras, Barbacena, Governador Valadares, Montes Claros, Uberaba, Uberlândia, Varginha, Divinópolis e Contagem;
• Pará: Belém, Altamira, Marabá e Santarém;
• Paraíba: João Pessoa, Campina Grande e Patos;
• Paraná: Cascavel, Maringá, Curitiba, Ponta Grossa, Londrina, Umuarama, Foz do Iguaçu, Guaíra, Guarapuava e Paranaguá;
• Pernambuco: Recife, Caruaru e Salgueiro;
• Piauí: Teresina;
• Rio de Janeiro: Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, Niterói, Macaé, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Magé, São Gonçalo, Petrópolis, Sumidouro, Rio Bonito, Porciúncula, Angra dos Reis, Volta Redonda, Santo Antônio de Pádua, Nova Friburgo e Bom Jardim;
• Rio Grande do Norte: Natal e Mossoró;
• Rio Grande do Sul: Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Porto Alegre, Pelotas, Rio Grande, Santana do Livramento, Santo Ângelo, Caxias do Sul, Bagé, Jaguarão, Passo Fundo, São Borja, Uruguaiana e Santa Vitória do Palmar;
• Rondônia: Ji-Paraná, Vilhena e Porto Velho;
• Roraima: Boa Vista;
• Santa Catarina: Blumenau, Chapecó, Videira, Florianópolis, Criciúma, Dionísio Cerqueira, Itajaí, Joinville, Lages, Palhoça e Rio do Sul;
• São Paulo: Araraquara, Jales, Presidente Prudente, Santos, São José dos Campos, Campinas, São Paulo, Araçatuba, Piracicaba, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Mogi-Guaçu, Jaboticabal, Bauru, Cruzeiro, Assis, Jundiaí, Mogi das Cruzes, Barueri, Diadema, Franco da Rocha, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Bragança Paulista, Praia Grande, Taubaté, São Bernardo do Campo, Caconde, Osvaldo Cruz, Presidente Bernardes, Bariri, Cotia, Marília, São Sebastião, Sorocaba, Atibaia, Barretos, Bebedouro, Jacareí, Adamantina, Carapicuíba, Catanduva, Dracena, Lins, Ourinhos, Tupã, Votuporanga, São Carlos, São João da Boa Vista, Registro, Guaratinguetá, Rio Claro e Vargem Grande do Sul;
• Sergipe: Aracaju; e
• Tocantins: Palmas e Gurupi.
FONTE: R7