Em Porto Velho, a política municipal acaba de ganhar um novo capítulo da velha novela “mudança de opinião por conveniência”. O protagonista? O vereador Marcos Combate, que, de repente, resolveu vestir a fantasia de “independente” no Legislativo.
Mas vamos combinar: independência de verdade não costuma ter data e motivo tão claros. E neste caso, o relógio aponta com precisão suíça para 21 de abril de 2025 — o dia em que sua irmã, Paula M. F., foi exonerada do cargo que ocupava no Instituto de Previdência (IPAM). Coincidência? Só para quem acredita em coelhinho da Páscoa.
Paula, segundo relatos de servidores que conviveram com ela, tinha a ambição declarada de se tornar diretora-geral do instituto, mesmo sem demonstrar o traquejo ou a habilidade exigida para lidar com servidores e usuários. Queixas se acumulavam como poeira em arquivo velho: postura arrogante, decisões atravessadas e ares de “grande monarca” em um órgão que deveria servir ao público — não ao ego.
A exoneração caiu como um balde de água fria no feudo familiar. E, desde então, Marcos Combate, que até ali caminhava lado a lado com o prefeito Léo Moraes, decidiu afiar o discurso e partir para o ataque, anunciando com pompa e circunstância sua “independência política”.
O problema é que essa tal independência parece menos um ato de consciência e mais um surto de rancor. Não nasceu de divergências programáticas, mas sim da perda de um espaço de poder — ou melhor, de um espaço de cadeira giratória.
No fim das contas, o roteiro é previsível: mais uma vez, na política local, “independência” vira sinônimo de ressentimento e interesse próprio. E quem paga o ingresso para assistir a essa peça? O eleitor. Sempre ele.