Ministros da chamada ala política do governo iniciaram nesta segunda-feira (31) uma operação política para convencer o presidente Jair Bolsonaro (PL) a reconhecer sua derrota e a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições deste domingo (30).
Ao analista da CNN Caio Junqueira, fontes afirmaram que Braga Netto, que concorreu na chapa do atual mandatário, é um dos cotados para coordenar a transição pelo lado do governo.
Ainda na noite de domingo, a senadora eleita pelo Distrito Federal, Damares Alves (Republicanos) afirmou em sua conta no Twitter que Bolsonaro “deixará a Presidência da República em janeiro de cabeça erguida”.
Lula recebe presidente da Argentina Alberto Fernández nesta segunda-feira em SP
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebe, nesta segunda-feira (31), o presidente argentino Alberto Fernández, em um almoço, em São Paulo.
Lula obteve a vitória após uma disputa acirrada no segundo turno das eleições realizado no domingo (30).
O presidente Jair Bolsonaro ainda não se pronunciou sobre a derrota no pleito.
O resultado da eleição brasileira foi celebrado pelo peronismo governante na Argentina, devido a uma maior afinidade política com Lula do que com Bolsonaro, com quem Fernández mantém uma relação tensa.
“Parabéns @LulaOficial! Sua vitória abre um novo tempo na história da América Latina. Um tempo de esperança e de futuro que começa hoje”, postou Fernández no Twitter na noite de domingo, minutos após o anúncio da vitória de Lula.
A vitória de Lula, de 77 anos, pode representar a retomada da relação bilateral com um importante parceiro comercial, após a posse do presidente eleito em 1º de janeiro de 2023.
“Argentina e Brasil representam um altíssimo nível de produto bruto sul-americano”, disse Fernández à Rádio 10 na noite de domingo, quando definiu Lula como “um líder realmente singular e impactante”.
Ala política opera para que Bolsonaro reconheça derrota ainda hoje
Ministros da chamada ala política iniciaram na manhã desta segunda-feira (31) uma operação política para convencer o presidente Jair Bolsonaro (PL) a reconhecer sua derrota e a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições deste domingo (30).
A aposta é de que ele deverá reconhecer a derrota ainda nesta segunda-feira (31). O movimento deverá vir acompanhado por uma defesa de seu legado.
Ainda não se sabe o formato que Bolsonaro deve falar – se mediante um pronunciamento, entrevista ou redes sociais.
O silêncio presidencial até agora é o principal motivo pelo qual representantes desse grupo dentro do governo, como o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e das Comunicações, Fabio Faria, ainda não se posicionaram sobre o resultado das urnas, assim como pelo presidente do partido do presidente, Valdemar da Costa Neto.
Segundo informações da CNN, nesta segunda, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom) chegou a montar, na parte da manhã, uma estrutura para um possível pronunciamento ou coletiva de imprensa no Salão Leste do Palácio do Planalto – utilizado habitualmente para essa finalidade.
O púlpito usado especificamente apenas para falas do presidente – para uma pessoa apenas, e com um brasão da República Federativa do Brasil ao centro -, no entanto, não está posicionado. Foi preparada a mesa utilizada em coletivas ou pronunciamentos gerais, com cinco lugares preparados, normalmente ocupados por ministros, secretários e, inclusive, o presidente.
Não há, porém, nenhuma confirmação de que haverá fala de Bolsonaro. Segundo uma fonte do Planalto ouvida em reserva pela CNN, a montagem da estrutura no Salão Leste foi uma iniciativa apenas preventiva. A avaliação foi de que é melhor estar com tudo pronto, para caso haja necessidade em algum momento, do que montar tudo em cima da hora se o presidente resolver falar mais tarde.
Governo avalia Braga Netto como coordenador da transição
Fontes do governo informaram à CNN que o ex-ministro, e que foi candidato a vice, Braga Netto, é um dos cotados para coordenar a transição pelo lado do governo.
A leitura é de que ele conhece bem a estrutura administrativa do governo, pois foi ministro da Casa Civil e coordenou o programa de governo.
Braga Neto também tem bom trânsito interno entre as diferentes alas do governo, o que facilitaria o processo de levantamento de dados.
“Bolsonaro deixará a Presidência da República de cabeça erguida”, diz Damares
A senadora eleita pelo Distrito Federal, Damares Alves (Republicanos), comentou, na noite deste domingo (30), o resultado da eleição presidencial que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como Presidente da República.
Damares afirmou que o candidato derrotado, o presidente Jair Bolsonaro (PL), sairá da “Presidência da República de cabeça erguida”.
“Perdemos uma eleição, mas não perdemos o amor pelo nosso país. Bolsonaro deixará a Presidência da República em janeiro de cabeça erguida, com a certeza de dever cumprido e amado por milhões de brasileiros”, escreveu Damares no Twitter.
Ela disse ainda que “sem dúvida alguma” pode-se afirmar que o presidente Bolsonaro “é um mito e resgatou no país o sentimento de patriotismo”.
*(Publicado por Lucas Schroeder, com informações de Caio Junqueira)