Na tarde desta sexta-feira (21), a situação precária da alimentação fornecida aos funcionários do Hospital Doutor Ari Pinheiro (também conhecido como Hospital de Base), em Porto Velho, ganhou contornos alarmantes. Dentro das marmitas distribuídas para os servidores da unidade, foram encontrados um parafuso e uma peça de ruela, evidenciando um problema grave de higiene e segurança alimentar.
Este incidente não é um caso isolado. Funcionários públicos do hospital vêm relatando, há algum tempo, o péssimo estado das refeições fornecidas. A qualidade da comida tem sido um problema recorrente e, apesar de diversas solicitações para que a Vigilância Sanitária realize a fiscalização, até o momento não houve respostas concretas. Os trabalhadores, que temem represálias por expor a situação, relatam que a alimentação chega em condições inaceitáveis, com alimentos estragados, porções pequenas de proteína e uma quantidade excessiva de carboidratos.
Além disso, os sucos servidos aos funcionários são uma mistura de sobras de sucos dos dias anteriores, o café é frequentemente requentado, o pão é mofado e o leite servido está com data de validade vencida. Esses relatos, que já foram formalizados pelos servidores, continuam sendo ignorados pela direção do hospital, o que aumenta ainda mais o clima de desânimo e revolta entre os profissionais da saúde.
Os funcionários afirmam que têm medo de formalizar denúncias mais profundas, temendo represálias, como a exoneração de suas funções. Para muitos, a situação é uma verdadeira “roleta russa”, onde a sorte de não ingerir algo ainda mais perigoso, como um parafuso, é a única garantia. O silêncio e a inação por parte da administração do hospital agravam ainda mais a situação, que já é crítica na área da saúde pública.
Enquanto isso, a população continua sendo atendida no hospital, e os servidores, que são os verdadeiros heróis neste cenário, sofrem com as condições de trabalho, sem que qualquer providência seja tomada. O que se espera agora é que as autoridades competentes intervenham para resolver essa crise alimentar e, mais importante ainda, garantir a segurança e a dignidade dos profissionais que estão na linha de frente da saúde pública.
A falta de fiscalização e o descaso com a alimentação fornecida no hospital não podem mais ser ignorados. A situação exige uma resposta imediata, não só para assegurar a saúde e segurança dos trabalhadores, mas também para garantir que o hospital cumpra sua função de servir à comunidade com a qualidade que ela merece.