Os delegados Domingos Sávios, da Polícia Federal do Amazonas, e Vinícius de Paula, delegado geral da Polícia Civil do Amazonas revelaram, na última quarta (20), que dois grandes supermercados em Manaus (AM) – Big Amigão e Mercantil Nova Era (originário de Rondônia) – estão sendo investigados por possível envolvimento com uma quadrilha internacional de mineração ilegal de ouro em terras indígenas em vários estados do país. Os supermercados são suspeitos de transportar os minérios ilegalmente. Duas unidades das lojas em Manaus foram alvo de busca e apreensão. Os policiais explicaram que o suposto esquema envolvia vários supermercados que exportavam alimentos para a Venezuela, passando por Roraima. Os caminhões com mercadoria iam até o país, mas voltavam para Boa Vista carregados com cargas de ouro extraído ilegalmente em diversos pontos de mineração.
Operações simultâneas
Para revelar o esquema de contrabando nacional, a PF, Receita Federal e Polícias Civis, realizaram três operações simultâneas em Emboabas (Manaus), Eldorado (Boa Vista) e Lupi (Palmas). Os envolvidos teriam movimentado quase 6 bilhões de reais no esquema. Foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva e busca e apreensão nos estados de Roraima, Amazonas, Goiás e Distrito Federal. Em nota, o Supermercado Nova Era informou que está colaborando com as investigações. O Nova Era, originário de Ji-Paraná (RO), está presente em três estados da região norte.
Alvo Principal
De acordo com a PF, o principal alvo da operação realizada em Manaus é o empresário Brubeyk Nascimento, preso em um condomínio de luxo em Ponta Negra, na zona Oeste da cidade. Seria ele o responsável por montar todo o esquema de contrabando de ouro ilegal e também de operar as empresas que ‘esquentavam’ a origem do minério extraido ilegalmente de terras indígenas. Contra Nascimento foram cumpridos três mandados de prisão. Em 2020 o empresário também foi preso em flagrante com 35kg de ouro, quando a PF iniciou as investigações.
Nota da Nova Era
A Distribuidora Mercantil Nova Era informa que a ação realizada pela Polícia Federal, na manhã desta quarta- feira (20), na dependência administrativa da empresa, teve a finalidade de coletar informações relacionadas a exportações. A empresa garantiu todo acesso às documentações e está colaborando com a investigação. Com 42 anos de mercado, operando dentro da legislação vigente, prezando sempre pela transparência e honestidade, o mercantil possui total interesse em esclarecer o assunto e mostrar, dessa forma, que atua dentro da legalidade.
* Com informações de Fábio Rodrigues do Portal Único
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