O devastador terremoto que atingiu a Turquia e a Síria já deixou mais de 25 mil mortos, segundo um novo balanço divulgado neste sábado (11), mas as equipes de resgate continuam buscando, intensamente, por pessoas com vida entre os escombros.
Funcionários e médicos informaram que 21.848 pessoas morreram na Turquia, e 3.553, na Síria, desde segunda-feira (6), quando ocorreu o terremoto de magnitude 7,8, elevando o total confirmado para 25.401 óbitos.
O terremoto foi o mais intenso na Turquia desde 1939, quando 33 mil pessoas morreram na província de Erzincan (no leste do país). De acordo com os balanços oficiais mais recentes, o terremoto principal foi acompanhado por mais de 100 réplicas nos dias seguintes.
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A ajuda humanitária começou a chegar à Turquia, mas o acesso à Síria, que está em guerra civil e com o regime sob sanções da comunidade internacional, continua complicado. O alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, exigiu, por sua vez, “um cessar-fogo imediato” na Síria para facilitar o fornecimento de ajuda.
A ONU (Organização das Nações Unidas) só pode enviar ajuda às áreas controladas pelos rebeldes no noroeste por meio da passagem de Bab al Hawa, na fronteira com a Turquia.
Segundo as Nações Unidas, as estradas por essa passagem estão em péssimo estado, o que complica o fornecimento de ajuda. A guerra também destruiu hospitais e provocou problemas no abastecimento de energia elétrica e água na Síria.
“Enquanto [a passagem] estiver completamente operacional, haverá enormes quantidades de provisões prontas para entrar” na Síria, indicou Michael Ryan, responsável pela gestão de situações de emergência da OMS (Organização Mundial da Saúde). “Hoje, o terremoto atrai de novo a atenção, mas o mundo se esqueceu da Síria”, denunciou.
A diplomacia turca afirmou que está trabalhando para abrir outros dois pontos de passagem “com as regiões sob controle do governo sírio, por razões humanitárias”. O governo sírio, por sua vez, anunciou que vai autorizar o fornecimento de ajuda internacional às áreas controladas pelos rebeldes, com a “supervisão” do Comitê Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho sírio.
O PMA (Programa Mundial de Alimentos), agência especializada das Nações Unidas, reivindicou US$ 77 milhões para levar comida a 874 mil pessoas afetadas pelo terremoto na Síria e na Turquia.
Mais de 5 milhões de pessoas na Síria podem ficar desabrigadas como resultado do terremoto, alertou Sivanka Dhanapala, representante no país do Alto-Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, em Damasco.
Nos dois lados da fronteira, milhares de casas foram destruídas e as equipes de emergência intensificam os esforços, mas as possibilidades de encontrar sobreviventes são cada vez menores após o período de três dias que os especialistas consideram crucial.
O terremoto de magnitude 7,8 teve seu epicentro na Turquia, na cidade de Gaziantep, no sudeste do país, atravessou a fronteira, atingindo também com força a Síria. O país governado por Bashar al-Assad passa por uma guerra civil que já dura onze anos e, por isso mesmo, já tem um elevado grau de destruição em suas cidades. O terremoto agravou ainda mais a situação já desesperadora do povo sírio, que passa por momentos desoladores. Na foto acima, mulher caminha, neste sábado (11), com um forno e um botijão de gás em meio a busca por sobreviventes cinco dias após o desastre na cidade de Jindayris, na província de Alepo