Segundo o médico da Unidade da Família Pedacinho de Chão, José Carlos Coutinho, essa baixa umidade do ar interfere diretamente na saúde, principalmente em quem tem doenças respiratórias, como, por exemplo, asma, rinite e bronquite.
“No ano passado, por exemplo, pessoas que já tinham doença pulmonar leve, tiveram exacerbação desse quadro, ou seja, começaram com tosse, crise de asma, pessoas tabagistas começaram a ter falta de ar e precisam de atendimento de urgência, alguns deles. Por isso é um período de muita atenção, não é para levar na brincadeira”, disse José Carlos Coutinho. E no caso de exposição ao sol forte é preciso usar bloqueador solar, guarda-sol e tomar bastante água para ajudar na hidratação.
Médico da família desde 2001, destaca que durante esses meses críticos a movimentação aumenta nas unidades de saúde. De acordo com José Carlos, alguns hábitos em casa também ajudam a diminuir o desenvolvimento de problemas respiratórios, como usar panos úmidos para a limpeza do ambiente, de modo que as vassouras sejam evitadas (levantam mais poeiras), além da colocação de bacias com água em áreas da casa para hidratar o ambiente.
“Se tiver em casa um umidificador, ajuda bastante. Outro aparelho importantíssimo também é um inalador com soro fisiológico que pode fazer a diferença nesse período em que é difícil respirar. Outra dica fundamental é tomar bastante água, colocar no quarto uma bacia com água e, às vezes, colocar um pano úmido perto do nariz para poder respirar”, disse o médico.
Com a ausência de chuvas e o ar seco, um público que merece atenção são crianças e idosos. Vale ressaltar que alguns sinais indicam que é hora de buscar ajuda profissional: falta de ar, tosse persistente, febre, dor no peito ao respirar e irritação intensa nos olhos ou garganta. É importante seguir as recomendações, e em caso de problemas respiratórios graves, vale procurar atendimento médico em uma Unidade Básica de Saúde (UBS).
QUALIDADE DO AR
Ainda de acordo com o médico da família, a realidade deste ano é bem diferente do ano passado. Houve diminuição no número de pacientes na Unidade da Família Pedacinho de Chão que procuraram atendimentos relacionados a problemas respiratórios, em especial ocasionados pelas queimadas.
Esse é um cenário positivo comprovado através dos dados do Programa de Queimadas do Inpe, que após quase duas décadas registrando altos índices de poluição atmosférica durante o verão amazônico, período em que a estiagem favorece a propagação do fogo, a capital rondoniense alcançou uma redução de 85% nas queimadas em comparação ao mesmo período do ano passado. (link a última matéria sobre)
De acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Sema), esse resultado é reflexo de um conjunto de fatores, entre eles, condições climáticas e principalmente o fortalecimento das políticas de prevenção e combate aos incêndios florestais no município. A prefeitura ressalta ainda que nas próximas semanas o tempo seco deve prevalecer com pouca chuva, e os porto-velhenses devem tomar todos os cuidados necessários.
Texto: André Oliveira
Fotos: José Carlos/ Leandro Morais
Secretaria Municipal de Comunicação (Secom)