Com foco na saúde e melhor qualidade de vida das mulheres, a Prefeitura de Porto Velho disponibiliza toda uma estrutura para auxiliar no planejamento familiar. As ações ajudam os cônjuges a planejarem o melhor momento para a chegada dos bebês.
O trabalho é realizado por uma equipe multiprofissional que atua no Centro de Referência em Saúde da Mulher e no Centro Integrado Materno Infantil. Ambos funcionam no prédio ao lado da Maternidade Municipal Mãe Esperança, no bairro Embratel.
“Planejar uma família é muito importante. Primeiro, porque salva vidas. As mulheres podem ser poupadas de uma gestação não desejada, de uma intenção de abortamento, além do mais, essas mulheres podem ter uma perspectiva melhor de vida, principalmente as adolescentes. Uma adolescente grávida é um prejuízo não só para ela, mas também para o seu futuro, para os seus sonhos”, disse a ginecologista e obstetra Sylvie Amado, que atende no local.
A médica garante que o planejamento familiar é possível e acessível porque é disponibilizado dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) pela rede municipal de Porto Velho. Um ambulatório para essa finalidade funciona de segunda a sexta-feira, pela manhã e à tarde, dentro do Centro de Referência em Saúde da Mulher, com equipes médicas que atendem nos dois horários.
Sylvie Amado, ginecologista no Centro de Referência em Saúde da Mulher
COMO FUNCIONA
Segundo a ginecologista, qualquer mulher pode se dirigir à unidade de saúde mais próxima de sua casa, no setor de regulação (onde marcam consultas e exames), e solicitar uma consulta médica para planejamento familiar. “Nós não temos fila. Essa consulta é marcada rapidamente, sem burocracia”, garante.
Durante a consulta, junto com o médico, a mulher escolhe o melhor método para ela, após o profissional explicar todos os métodos disponibilizados pelo município. “Atualmente, no SUS, está disponível o DIU de cobre, injeção mensal, injeção trimestral, camisinha masculina e feminina, laqueadura, vasectomia e comprimidos, tudo isso de graça pelo SUS”, ressaltou a ginecologista.
ADOLESCENTES
Todos os métodos contraceptivos também estão disponíveis para as adolescentes. Qualquer menina, que queira iniciar a atividade sexual, pode ir até o Centro de Referência da Mulher, acompanhada da mãe ou não, para conversar com o médico, que também explicará o que é melhor para ela.
Gravidez na adolescência pode trazer complicações à saúde da grávida
“Nosso objetivo é fazer com que a gravidez precoce não seja uma realidade na vida dessas adolescentes e que elas tenham o empoderamento para poder planejar o que querem para a sua vida”, comentou Sylvie Amado.
No caso de gravidez indesejada, a adolescente terá todo acompanhamento médico, de assistência social e psicológica por parte do Centro de Referência da Mulher, além de orientações sobre os métodos contraceptivos para que não engravide novamente.
RISCOS
A médica alerta que a adolescência não é o tempo adequado para uma gravidez, devido aos riscos que ela pode sofrer. “Adolescente grávida é uma gravidez de risco, que pode ter um trabalho de parto prematuro, pode desenvolver pressão alta, diabetes, entre outras”, frisou.
Não bastassem as complicações médicas numa eventual gravidez preoce, as adolescentes também correm sérios riscos de contraírem Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) em relações desprotegidas. “Temos registrado uma grande quantidade desses casos, não só de gestação na adolescência como também as ISTs”, alerta a médica.
Município oferta métodos contraceptivos em unidades de saúde
SERVIÇOS
O gerente do Centro de Referência em Saúde da Mulher e do Centro Integrado Materno Infantil, Marcelo Villar, informou que o local também oferece todo atendimento de pré-natal para gravidez de alto risco e exames médicos, inclusive para adolescentes, que são acompanhadas pelo obstetra. Porém, elas devem ser encaminhadas pela Unidade Básica de Saúde (UBS).
Eles também disponibilizam o chamado de acompanhamento de origem dessa gravidez de alto risco. Nesse caso, se a criança nascer com algum problema, ela recebe acompanhamento médico no local até os dois anos de idade, uma vez por semana. “A gente tenta oferecer o máximo de serviço possível para que essas mulheres não fiquem circulando pelas unidades de saúde em busca de atendimento”, completou.
BALANÇO
Conforme a médica Sylvie Amado, a média mensal de colocação do DIU é de 300 unidades. A equipe ainda realiza três mutirões ao ano para instalação do aparelho, chegando até 370 atendimentos em cada mutirão. Quanto aos preservativos masculinos e femininos, a média é de 500 unidades ao mês, com distribuição direta no Centro de Referência.
Centenas de mulheres já foram beneficiadas com a inserção do DIU na capital
O mesmo acontece com quem precisa solicitar a laqueadura e vasectomia. Um processos com trâmites necessários, mas sem fila e burocracia. A média mensal é de 200 cirurgias. “Recentemente realizamos 80 inserções de DIU em Nova Mutum e já temos 100 vagas para Jaci-Paraná”, informou.
Também pela parte da manhã, de segunda a sexta-feira, é disponibilizada a aplicação da vacina BCG.
SEMASF
Por conta de muita gravidez indesejada, inclusive na adolescência, o secretário municipal de assistência social e família (Semasf), Claudi Rocha, afirma que muitas crianças acabam sendo abandonadas, maltratadas e deixadas à própria sorte, sentindo a dor do abandono e da rejeição.
“Muitas delas (crianças) chegam à Semasf, até que encontrem um lar digno para viver. Nesses casos, a orientação é cuidar-se e cuidar bem da criança que virá”, orienta o secretário.
Texto: Augusto Soares
Foto: Saul Ribeiro e Wesley Pontes
Superintendência Municipal de Comunicação (SMC)