Quatro associações de juízes pediram, nesta quinta-feira (18), que o Supremo Tribunal Federal (STF) inclua um grupo de empresários nas investigações do inquérito das milíciais digitais.
O pedido se baseia em uma reportagem do portal Metrópoles. De acordo com o site, os empresários Luciano Hang (Lojas Havan), Afrânio Barreira (Coco Bambu), José Isaac Peres (Multiplan), José Koury (Barra World Shopping), Ivan Wrobel (W3 Engenharia) e Marco Aurélio Raymundo (Mormaii) defenderam um golpe de estado no Brasil caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seja eleito em outubro.
A CNN não conseguiu confirmar as informações. A reportagem teria tido acesso a mensagens trocadas entre eles em um grupo no WhatsApp.
Em nota enviada à CNN (leia a íntegra abaixo), Afrânio Barreira afirmou que nunca se manifestou “a favor de qualquer conduta que não seja institucional e democrática”. Já Luciano Hang (leia a íntegra abaixo) disse que em nenhum momento falou sobre os Poderes, além de quase nunca se manifestar no grupo.
As associações fazem outros três pedidos ao Supremo: Apreensão dos celulares e quebra de sigilo do grupo; a verificação se tais empresários organizam eventos no próximo 7 de setembro, e que todos prestem depoimento.
Leia a íntegra da resposta de Afrânio Barreira
“Desconheço qual seria o teor desse “apoio” no grupo de Whatsapp “Empresários & Política”. Nunca me manifestei a favor de qualquer conduta que não seja institucional e democrática.
Fico surpreso com a alegação de que eu seria um apoiador de qualquer tipo de rompimento com o processo democrático, pois isso não corresponde com o meu pensamento e posicionamento.
A democracia é a chave para construção de um Brasil melhor, valorizo, e muito, a oportunidade de conseguir votar e escolher os representantes de nosso povo brasileiro, e todo cidadão deveria ter a consciência da importância deste momento. Valorizo e sempre defenderei um processo eleitoral honesto e justo.
A autonomia e separação de cada um dos três poderes é essencial para construção de uma sociedade com liberdade.
Apoio e defendo que as instituições que representam cada um dos poderes sejam fortes e íntegras, atuando sempre, cada uma delas, dentro das regras da nossa Constituição Federal de 88.
Participo de vários grupos com colegas e amigos que tratam de diversos assuntos, e, as vezes, de política.
Com frequência me manifesto com reações em “emoticon” a alguma mensagem, sem necessariamente estar endossando seu teor , ou ter lido todo o seu conteúdo.
São centenas de grupos, milhares de mensagens e publicações para serem lidas e respondidas todos os dias.
Dito isto, ratifico que meu apoio é pelo processo eleitoral que começou nesse mês de agosto.
Por fim, informo que não tenho contato com integrantes do Governo Federal, ou mesmo com o presidente, para qualquer tipo de pauta política, não sou político, sou um empresário e cidadão.
Leia a íntegra da resposta de Luciano Hang
“Vejo que meu nome vende jornal e gera cliques. Me envolvem em toda polêmica possível, mesmo eu não tendo nada a ver com a história. Em momento nenhum falei sobre os Poderes. Inclusive, quase nunca me manifesto nesse grupo. Sou pela democracia, liberdade, ordem e progresso”.
A CNN entrou em contato com os demais empresários citados e aguarda retorno.