O QG de Lula teme que a possibilidade de alta abstenção no segundo turno e as filas extensas nas seções de votação prejudiquem o candidato do PT ao Palácio do Planalto.
O encontro durou 40 minutos e foi solicitado pela campanha. Estavam presentes os senadores Randolfe Rodrigues e Humberto Costa, o senador eleito Wellington Dias, que coordena a campanha de Lula, e o presidente do PSOL, Juliano Medeiros.
Um dos presentes à reunião relatou à coluna que, após ouvir as preocupações, Moraes afirmou que providências já estão sendo tomadas no sentido de agilizar o processo de biometria e conferência de documentos para evitar que se repitam as filas imensas registradas em muitas seções eleitorais no primeiro turno.
As filas, naturalmente, podem impactar diretamente nas abstenções: o temor é o de que eleitores desistam de votar por não quererem esperar. Segundo a fonte, Moraes sinalizou com um possível aumento do número de mesários.
A maior preocupação da campanha de Lula é com a situação em dois estados: Minas Gerais, colégio eleitoral tido como fundamental para a definição do resultado no próximo dia 30, e São Paulo, onde Lula foi derrotado pelo presidente Jair Bolsonaro.
Na reunião, os representantes do comitê de Lula também pediram providências do TSE para evitar que patrões obriguem empregados a votar em Bolsonaro — vídeos que circulam na internet mostram ofertas de “bônus” em dinheiro a funcionários em caso de reeleição do presidente.
A respeito desse assunto, a coluna apurou que Moraes se comprometeu a tomar medidas junto ao Ministério Público do Trabalho e à Corregedoria Eleitoral.
Outro tema do encontro foi a realização das eleições no exterior, onde, na soma global, Lula se saiu melhor que Bolsonaro. A campanha do petista expôs ao presidente do tribunal o temor de que possa haver ação deliberada de oficiais do Itamaraty para atrasar o processo.
O corpo diplomático é encarregado de cuidar das seções, normalmente montadas em embaixadas e consulados, onde votam os brasileiros que vivem no exterior. Nesse caso, diz a fonte, o ministro garantiu que não há risco.
Moraes, porém, reconheceu que a demora na votação nas seções no exterior, onde eleitores chegaram a ficar cinco horas na fila, é algo a ser observado. Ele disse que está em contato com o Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal, a quem compete a organização das seções em outros países, para agilizar o processo.