O caso, que chocou a cidade, é investigado pela Polícia Civil do Maranhão, que aponta Jordélia Pereira Barbosa, de 35 anos, como a principal suspeita. Presa em Santa Inês na quinta-feira (17/04), dentro de um ônibus interurbano, Jordélia é ex-companheira do atual namorado de Mirian e teria agido motivada por ciúmes e vingança. Em depoimento, ela confessou ter comprado o ovo de Páscoa, mas negou ter adicionado veneno. No entanto, a polícia reuniu fortes indícios de sua autoria, incluindo imagens de câmeras de segurança que a mostram comprando o chocolate em Imperatriz, disfarçada com peruca e óculos escuros, além de objetos apreendidos, como perucas, restos de chocolate e uma substância suspeita, possivelmente “chumbinho”, um veneno comum.
O ovo, entregue na noite de quarta-feira (16/04) por um motoboy com um bilhete que dizia “Com amor, para Mirian Lira. Feliz Páscoa”, foi consumido por Mirian e seus filhos. Luís Fernando foi o primeiro a apresentar sintomas, como fraqueza e desmaio, e faleceu horas após ser internado. Mirian e Evely começaram a passar mal logo depois, com sintomas como mãos roxas e dificuldade para respirar. A família relatou que, após receber o chocolate, Mirian atendeu uma ligação de uma mulher não identificada, que perguntou se o ovo havia chegado e disse: “Você vai saber quem é”.
Jordélia, conhecida em Santa Inês por atuar no ramo da estética, com um estúdio em casa e mais de 12 mil seguidores nas redes sociais, viajou 384 km de Santa Inês a Imperatriz para executar o plano. Ela se hospedou em um hotel usando um crachá falso, onde se apresentou como mulher trans com o nome Gabrielle Barcelli, e chegou a realizar uma falsa degustação de trufas perto do local de trabalho de Mirian, possivelmente para despistar suspeitas.
A Justiça decretou a prisão preventiva de Jordélia na sexta-feira (18/04), e ela foi transferida no domingo (20/04) para a Unidade Prisional de Ressocialização Feminina de São Luís (UPFEM), onde permanecerá à disposição da Justiça. Amostras do ovo e do material apreendido foram enviadas ao Instituto de Criminalística de Imperatriz (Icrim), e os laudos, esperados em até 10 dias, devem confirmar a substância utilizada no envenenamento. A polícia também investiga a possível participação de outros envolvidos.
Enquanto a investigação avança, a cidade de Imperatriz acompanha com pesar a luta de Mirian e Evely pela recuperação, ainda abalada pela perda de Luís Fernando, sepultado na sexta-feira (18/04). O caso expõe a gravidade de crimes motivados por vingança pessoal e reforça a necessidade de rigor nas apurações para garantir justiça às vítimas.