Com a chegada do inverno amazônico, os cuidados com a pessoa idosa devem ser redobrados. Por isso, a Prefeitura de Porto Velho, através da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), reforça as orientações para que o número de ocorrências de quedas de idosos seja reduzido.
Em Porto Velho, segundo dados do sistema do Serviço Móvel de Urgência (Samu), o número de atendimento a idosos vítimas de quedas nos primeiros três meses de 2023, época do período chuvoso, teve uma pequena elevação com relação ao ano anterior.
“Esse período chuvoso deixa o tempo muito úmido e essa umidade não fica só no ar, ela também se instala no chão, principalmente nas residências. Portanto, os idosos, que têm algum tipo de dificuldade de locomoção, ficam mais vulneráveis a quedas e podem ter consequências graves”, analisa o médico de Estratégia da Família, Janai Silva.
NÚMEROS
De janeiro a março de 2022, o Samu atendeu 71 ocorrências de queda de idosos. Desse total, os homens foram os mais vitimados, com 39 atendimentos contra 32 de mulheres. Nesse mesmo período, em 2023, o Serviço registrou 75 atendimentos, sendo 40 para homens e 35 para mulheres.
Os dados mostram ainda que, nos dois anos, janeiro foi o mês com mais ocorrências dessa natureza, época em que as chuvas estão mais intensas.
A última edição do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil), do Ministério da Saúde, revelou que, no Brasil, a prevalência de quedas na população idosa residente em áreas urbanas foi de 25%.
“Essas quedas, infelizmente, não são iguais a quedas de crianças e adolescentes, elas podem ter um desfecho ruim, como fraturas moderadas a graves, internações, coma e até mesmo um traumatismo crânio encefálico grave, por exemplo. É muito sério”, frisa o médico Janai Silva.
Entre as alternativas para reduzir o número de acidentes, uma delas é o cuidado com a saúde. O médico analisa que os idosos que fazem acompanhamento clínico têm mais chances de se livrar de uma queda.
“É fundamental que essa população cuide da sua saúde, principalmente se tiver problemas de diabetes e hipertensão, porque essas condições acabam afetando a circulação e, isso, consequentemente, acaba gernado prejuízos para a mobilidade e também para a visão. Então o controle dessas doenças pode reduzir muito o número de quedas desses idosos”, destaca o médico.
ATENDIMENTO
Segundo a subgerente do Programa de Saúde do Idoso da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), Cleide Davy, as unidades básicas de saúde são porta de entrada para esses cuidados de prevenção.
“O idoso precisa ter um vínculo com as unidades. Uma vez que ele procura esse serviço, ele receberá todo um acompanhamento e acolhimento para ter qualidade de vida”, pondera.
Nas unidades básicas de saúde, os idosos podem realizar consultas, fazer exames e até mesmo receber o acompanhamento médico totalmente gratuito. Através do Programa Hiperdia, do Ministério da Saúde, executado pela Semusa, por exemplo, esse acompanhamento contempla os seguintes serviços:
Aferição de pressão;
Palestras sobre alimentação saudável;
Distribuição de cadernetas do idoso;
Testes de glicemia;
Testes rápidos para HIV, hepatite B e C e sífilis;
Exame de oximetria;
Atividades físicas; entre outros.
Ações consideradas importantes para garantir longevidade com qualidade de vida. Para participar do programa, os interessados devem comparecer à unidade mais próxima de sua residência portando os seguintes documentos: RG, CPF, cartão do SUS, comprovantes de residência. Os idoso que têm diabetes ou hipertensão, devem levar receita e laudo médico que ateste a condição de saúde.
URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
Em caso de quedas de idosos, a recomendação é acionar o Samu, através do 192 para realizar os primeiros socorros. Além disso, as Unidades de Pronto Atendimentos (UPAs) Sul, Leste e Jaci-Paraná e também as Policlínicas Ana Adelaide e José Adelino realizam atendimento 24 horas por dia.
Confira dicas de cuidados:
Tanto em casa quanto em ambientes compartilhados é necessário se atentar para:
• Piso escorregadio;
• Tapetes soltos;
• Objetos em áreas de circulação (como brinquedos de crianças);
• Ausência de barras de apoio e corrimão;
• Móveis instáveis;
• Iluminação inadequada;
• Escadas sem corrimão, sem sinalização;
• Cadeiras, camas e vasos sanitários muito baixos e sem apoio para se sentar e levantar;
• Banheiros sem barras de apoio;
• Bengalas ou andadores com ponteiras danificadas;
• Sobre a ambiência das UBS, é importante ver se está bem sinalizada em relação a rampas, obstáculos e barreiras.
• Use sapatos com sola antiderrapante;
• Substitua os chinelos que estão deformados ou muito frouxos;
• Tome banhos de sol diariamente;
• Preste maior atenção quando estiver andando em lugares que não conhece ou mal iluminados;
• Espere que o ônibus pare completamente para você subir ou descer;
• Se necessário, use bengalas, muletas ou instrumentos de apoio.
Texto: João Muniz
Foto: SMC
Superintendência Municipal de Comunicação (SMC)