Moretti ocupava o cargo de diretor adjunto da Abin desde março de 2023. Entre 2021 e 2023, ele atuou como diretor de Inteligência Policial e de Tecnologia da Informação da Polícia Federal.
O ex-diretor adjunto da Abin também teve passagens pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, onde trabalhou como secretário-executivo de Anderson Torres, ministro da Justiça de Bolsonaro.
Moretti já estava na Abin na eleição de Lula e foi mantido no órgão em decorrência da sua relação com o diretor-geral da agência, Luiz Fernando Corrêa.
Abin paralela
A PF averigua a ação de uma organização que atuou de forma paralela na Abin entre julho de 2019 e março de 2022, período que abrange o comando do ex-diretor-geral Alexandre Ramagem.
A investigação é um desdobramento das operações Última Milha e Vigilância Aproximada, que apuram irregularidades no uso do software chamado FirstMile pela Abin.
A plataforma espiã realiza o monitoramento de celulares que utilizam as redes 2G, 3G e 4G. Com a ferramenta, é possível verificar a localização do aparelho. Segundo a PF, ela era usada para vigiar jornalistas, políticos, juízes e advogados.
O ex-presidente Bolsonaro e Alexandre Ramagem negam quaisquer irregularidades.
Carlos Bolsonaro
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a operação realizada nessa segunda-feira (29/1) que teve como alvo o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do ex-presidente.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta que Carlos fazia parte do núcleo político da Abin paralela. A defesa do político, por outro lado, argumenta que a investigação tem como base apenas trocas de mensagens.
De acordo com investigações da PF, assessores ligados ao vereador solicitaram acesso a inquéritos da PF e da família Bolsonaro.