O ministro da Justiça, Flávio Dino, disse que estava “tenso, indignado, ajudando a gerenciar uma crise gravíssima” no momento em que aparece nas imagens das câmeras do circuito interno do Planalto ao lado de demais autoridades, no dia 8 de janeiro. Os registros são de poucas horas após as invasões na sede do Executivo, onde Dino aparece conversando, aparentemente irritado, com os ministros Rui Costa, da Casa Civil; Waldez Góes, da Integração e Desenvolvimento Regional; e José Múcio Monteiro, da Defesa, em meio a portas e objetos quebrados no terceiro andar do Palácio do Planalto. Também aparecem acompanhando o grupo de ministros os senadores Jaques Wagner (PT-BA) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Segundo o ministro da Justiça, ele estava debatendo com as demais autoridades sobre as consequências da manifestação naquele momento. “Muitos perguntam se eu estava brigando com o ministro Múcio. Jamais. Agora, claro que eu estava tenso, indignado, ajudando a gerenciar uma crise gravíssima, e sou uma pessoa enfática. Estava falando com ênfase”, explicou em entrevista ao canal ICL Notícias. “Não houve nenhum tipo de briga, havia um debate”, afirmou.
Dino também chamou de “generais traidores”, militares investigados nos atos. Segundo ele, o inquérito da Polícia Federal que apura as manifestações identificou três eixos de grupos envolvidos: político, econômico e militar. “O núcleo econômico, que não parece envolver grandes empresários. São empresários grandes em contextos regionais. O segundo núcleo é político e o mais notável e identificado é meu antecessor. E tivemos em terceiro lugar o núcleo militar”, afirmou. “O nível hierárquico desses militares (investigados) está subindo. Estou falando de generais, de oficiais, que traíram. São traidores do Brasil. Ficam dizendo que são patriotas, mas são traidores. Cantam o hino nacional, juraram defender a pátria, mas traíram a Constituição”, disparou o ministro.