A primeira reunião da Comissão de Saúde, Previdência e Assistência Social presidida pela deputada Cláudia de Jesus (PT) foi das mais concorridas. Parlamentares membros da CSPAS discutiram a situação difícil da saúde pública no Estado, inclusive a fila quilométrica para pacientes dependentes de atendimento, inclusive com a aprovação da vinda do secretário de Estado da Saúde, Jefferson Ribeiro da Rocha à Comissão de Saúde da ALE-RO e visitas as unidades de saúde do Estado.
Para o deputado Ismael Crispin (PSB), os problemas relacionados a saúde pública não são somente relacionados ao Estado, porque a maioria dos prefeitos também não colabora”. Crispin também sugeriu a realização de audiências públicas para abrir espaços à população apresentar seus problemas. Alan Queiroz (Podemos), que é da CSPAS, alertou que a maioria dos atendimentos no Pronto Socorro João Paulo II, por exemplo, ocorre devido aos traumas, em razão de o elevado número de acidentes de trânsito, que ocorrem em Porto Velho, cidade que não tem um Pronto Socorro Municipal. Alan alertou que na rede pública de saúde há equipamentos de ponta desativados, porque faltam profissionais, além de mais atenção e investimentos para o atendimento básico, o preventivo, para se evitar o agravamento do problema.
A deputada Dra. Taíssa Sousa (PSC) lamentou a situação do Hospital Regional (HR) de Guajará-Mirim. Para a parlamentar, é necessário saber do governo do Estado as providências para resolver o impasse, pois é necessário descentralizar o atendimento na saúde. “Queremos saber quando as obras do HR serão retomadas e a unidade de saúde concluída”, disse. O Dr. Luís do Hospital (MDB) administrou o hospital de Jaru durante 4 anos em parceria com o Estado. Na administração pública “é necessário fazer política, não politicagem”, argumentou. Para o Dr. Luís é inadmissível que uma pessoa tenha que se deslocar de Jaru a Porto Velho para realizar uma tomografia.
Para o deputado Delegado Camargo (PRB) “a saúde pública do Estado está na UTI, em estado terminal. O PS João Paulo II mais parece um campo de concentração com falta até de roupa de cama”. Destacou o empenho dos servidores do pronto socorro, que são abnegados e competentes. O atraso no pagamento dos compromissos do governo do Estado com o Hospital Santa Marcelina foi citado pelo deputado Delegado Camargo. Repasses chegaram a atrasar 4 meses.
O Hospital Regional de Cacoal (HRC), que é uma referência na região, também tem problemas, segundo o deputado Cássio Góis (PSD), mas tem problemas de manutenção. “A pintura do HRC é a mesma efetuada na administração do ex-governador Ivo Cassol”. A obra do Hospital Regional de Cacoal, segundo o deputado Luizinho Goebel (PSC), também membro da Comissão de Saúde, ficou 25 anos paralisada e só foi concluída, graças a uma parceria com as usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, onde foram alocados recursos, por meio das compensações.
O sistema de saúde do Estado precisa ser reestudado, analisado. O paciente que depende de atendimento na rede pública, seja municipal ou estadual, não pode, segundo Luizinho, ignorado. Hoje as pessoas são ‘estocadas’ e não atendidas, curadas. O parlamentar sugeriu a construção de hospitais regionais pelo governo do Estado em Vilhena e Ji-Paraná. Ao encerrar a concorrida reunião a presidente da comissão, deputada Cláudia de Jesus, colocou em votação o convite ao secretário de Estado de Saúde, Jefferson da Rocha para o próximo dia 14/03 e o início das visitas às unidades de saúde do Estado, priorizando o João Paulo II, mas sem data definida.
Texto e foto: Secom ALE/RO