O candidato a governador pelo Podemos, Léo Moraes, se destacou no primeiro debate organizado pela TV Meridional (Bandeirantes) entre os candidatos ao governo, realizado no início da tarde de quinta-feira (11). O atual governador, Marcos Rocha e o ex-governador Ivo Cassol, alegaram incompatibilidade de agendas e não compareceram.
Aos 38 anos, Léo Moraes foi vereador, deputado estadual, deputado federal mais votado nas últimas eleições. Por onde passou sempre deixou marcas, pelo protagonismo que exerce nos grandes debates. “Para mim é um momento especial, uma oportunidade de mudar parâmetros de desenvolvimento humano, atualmente muito baixos. Somos um Estado rico onde as pessoas estão pobres, embora tenhamos toda a riqueza natural, água em abundância, terra, minério, gente trabalhadora. Um bom governo precisa de sinergia com esses predicados. Peço que conheçam a vida de cada candidato, antes de votarem”.
Léo Moraes se sobressaiu pela profundidade com que abordou cada um dos temas, sem perder o foco, nem tergiversar. Quando instado a falar, suas respostas vinham sempre embasadas em amplo conhecimento do tema proposto e com a respectiva solução para cada um dos problemas.
Léo Moraes falou sobre saúde, segurança pública, desenvolvimento e educação. O candidato mostrou estar preparado para grandes desafios. Na saúde, por exemplo, que ele considera hoje “um caos”, Léo Moraes traçou um panorama geral durante a pandemia. “Fizeram espetacularização da morte. Glamour com a desgraça alheia. Rondônia teve um dos maiores índices de óbitos. Só que antes mesmo da pandemia, o governador já estava recluso em baixa da cama do palácio. Não teve e não tem coragem de tentar entender o que acontece nos municípios para perceber as necessidades e formular uma boa política pública. Continua sumido, continua fugido. É tanto que não está aqui para debater com a sociedade. Coragem é uma premissa inicial básica do gestor público”, criticou.
Sobre os planos para o setor, o candidato propôs a descentralização e regionalização. “Vimos lá no Vale do Jamari o governo devolver R$ 30 milhões. Imagina o que daria para comprar em equipamentos como aparelho de ultrassonografia, de ressonância magnética, toda a parte de mobília. Isso tudo tem que mudar. Tem que ter coragem de descentralizar, regionalizar e agir”.
Num determinado momento ainda alertou o atual governador para “problemas e confusão na construção do Heuro. “Mais uma voltinha dos homens de preto dentro do Palácio”, disse numa referência a recente operação da Polícia Federal na Secretaria de Saúde.
Segurança pública Pimenta
Neste setor, Léo Moraes disse que Rondônia possui policiais preparados, mas gestão inadequada. A Secretaria de Segurança finge executar algum plano, mas é só para a mídia. Para o candidato a política de segurança deve ser praticada através de política transversal, isto é, o investimento em educação, na cultura e lazer, gera economia na saúde e na segurança pública. “Isso é eficiência. È entregar mais, gastando menos. Isso passa por fazer investimentos, realizar concurso, respeitar as hierarquias, organizar polícia ostensiva, polícia preventiva, polícia de fronteira, polícia rural, é dar segurança para quem produz, para quem coloca efetivamente comida em nossos pratos”.
Desenvolvimento
Ao responde sobre política de desenvolvimento, n um questionamento feito pelo Sebrae, Léo Moraes fez uma breve análise e apresentou sua proposta. “Temos muitas dificuldades desde o início da cadeia produtiva até o término dela. Temos problemas com estradas vicinais, com as rodovias estaduais e sobretudo a falta de regularização fundiária, a entrega de títulos, escrituras, que é a segurança para o produtor obter créditos e investir em suas propriedades, fazer a máquina girar, deixar dinheiro nos distritos e nas cidades. Com isso a gente entra num ciclo de desenvolvimento de muita virtude. O governador tem que chamar a responsabilidade, fazer um levante com todas as autoridades. Daí temos que falar em qualificar os nossos grãos, fazer parcerias por meio de programas como porteira adentro, horas máquinas, centrais de abastecimento. Otimizar e qualificar nossos produtos. Não faz sentido levar nossa matéria primária para fora de Rondônia. Isso daí é um erro muito grave. Temos condições de gerar valor agregado. Temos que colocar em funcionamento nossas agroindústrias. Em Rondônia temos umas sete, oito mil, porém, menos de quinhentas em funcionamento”, observou.