O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou as redes sociais nesta quarta-feira (8) para citar temas como legalização das drogas, aborto e o que ele chama de “ideologia de gênero” como argumentos para pedir aos senadores que votem contra a reforma tributária.
“O PT está ao lado da liberação das drogas, do aborto, do novo marco temporal, do fim da propriedade privada, da censura, não considera o Hamas terrorista, está ao lado de ditadores, contra o agronegócio, contra o legítimo direito à defesa, a favor da ideologia de gênero, ou seja, ao lado de tudo aquilo que repudiamos. Por que então essa proposta de reforma tributária seria boa?”, escreveu Bolsonaro em uma rede social.
Nesta terça-feira (7), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou a reforma tributária, com 20 votos favoráveis e seis contrários. Todos os destaques foram rejeitados pelo colegiado. No mesmo dia, Bolsonaro organizou um jantar com senadores do PL na sede do partido, em Brasília, e ordenou a eles que votem contra a proposta. A tentativa é conter a adesão de parlamentares ao relatório do senador Eduardo Braga (MDB-AM), que acolheu emendas para aumentar as possibilidades de aprovação.
Em julho, quando a reforma tributária estava na pauta da Câmara dos Deputados, Bolsonaro discursou contra a proposta em evento do PL, em Brasília. Na época, o PL orientou voto contra a proposta nos dois turnos da Câmara. Mesmo assim, 20 dos 99 deputados da legenda votaram a favor no primeiro turno, e 18 no segundo turno.
No texto, o ex-presidente afirma que diversos segmentos serão afetados pela reforma. “Quero lembrar que o setor de serviços, o maior gerador de empregos do Brasil, será duramente atingido por essa reforma. O agronegócio, orgulho nacional, também terá aumento de carga tributária. O setor de tecnologia e inovação também terá forte aumento de tributos. Como um país se desenvolve se as empresas de tecnologia e inovação são taxadas com altas alíquotas? Este é o caminho que queremos para o Brasil?”
A próxima etapa será a votação no plenário da Casa, prevista para esta semana. Por se tratar de uma proposta de emenda à Constituição (PEC), será necessário o apoio de três quintos dos parlamentares em dois turnos de votação — ou seja, 49 votos favoráveis entre 81 senadores. O PL tem 12 senadores.