O adolescente de 16 anos responsável pelo ataque às escolas em Aracruz, no Espírito Santo, ocorrido em 25 de novembro de 2022, foi colocado em liberdade após cumprir o período máximo previsto pela legislação brasileira para medidas socioeducativas. O ataque, que chocou o país, deixou quatro pessoas mortas e outras 12 feridas, entre alunos e profissionais da educação.
A liberação ocorreu porque o jovem completou o limite de três anos de internação, prazo máximo estabelecido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Mesmo condenado em novembro de 2022 pela Justiça capixaba, a lei determina que nenhuma medida socioeducativa de internação pode ultrapassar esse período — independentemente de o agressor ainda não ter completado 21 anos.
Durante o tempo em que permaneceu internado, o adolescente passou por acompanhamento psicológico, pedagógico e disciplinar, conforme prevê a medida socioeducativa mais rigorosa aplicada a menores infratores que cometem atos de extrema gravidade, como homicídios e atentados coletivos.
O caso voltou a gerar debate nacional sobre os limites das punições aplicadas a adolescentes que cometem crimes graves. Famílias das vítimas e autoridades locais manifestaram preocupação com a liberação, destacando o trauma ainda presente na comunidade escolar e na cidade de Aracruz.
A Justiça do Espírito Santo informou que o cumprimento integral da medida imposta encerra as obrigações judiciais relacionadas ao jovem, não havendo amparo legal para prolongar a internação. No entanto, após a liberação, ele deve seguir acompanhado por órgãos de assistência social, caso seja considerado necessário para seu processo de reintegração.
O ataque de 2022 permanece como um dos episódios mais violentos registrados em unidades de ensino no país, marcado pela ação premeditada do adolescente, que invadiu duas escolas armando-se com uma pistola semiautomática e realizando disparos indiscriminados.
A liberação reacende discussões sobre segurança nas escolas, prevenção de violência juvenil e a reavaliação de políticas públicas voltadas à responsabilização de menores envolvidos em crimes de grande impacto.