Com o avanço acelerado da tecnologia, uma nova modalidade de golpe tem alarmado autoridades e cidadãos em todo o Brasil: o falso sequestro com uso de inteligência artificial. Criminosos estão utilizando ferramentas sofisticadas de IA para clonar vozes e imagens de pessoas, simulando situações de sequestro e exigindo resgates financeiros de familiares desesperados.
Como funciona o golpe
O esquema começa com os criminosos captando trechos da voz da vítima — muitas vezes extraídos de vídeos nas redes sociais, chamadas telefônicas ou áudios enviados por aplicativos de mensagem. Com esses dados, softwares de IA conseguem reproduzir com precisão assustadora a voz da pessoa. Em alguns casos, também são utilizadas imagens manipuladas com técnicas de deepfake, criando vídeos falsos em que a vítima parece estar pedindo ajuda.
Durante o golpe, os criminosos entram em contato com familiares da suposta vítima, geralmente por chamada de vídeo ou telefone, simulando um sequestro. A voz e a imagem da pessoa são tão convincentes que muitos acabam acreditando na situação e transferem dinheiro para contas indicadas pelos golpistas.
Casos reais
Em São Paulo e no Rio de Janeiro, já foram registrados diversos casos. Uma mãe relatou ter recebido uma ligação em que a voz idêntica à da filha pedia socorro e solicitava uma transferência via Pix. A mulher só desconfiou porque a roupa da filha no vídeo era diferente da que ela havia usado ao sair de casa horas antes. Outro caso envolveu uma chamada de vídeo em que a imagem e voz da vítima pareciam reais. O pedido de resgate foi feito com urgência, e os criminosos exigiram que o valor fosse transferido para uma conta de terceiros, dificultando o rastreamento.
Alerta das autoridades
Especialistas em segurança digital alertam que esse tipo de golpe tende a se tornar mais comum com a popularização das ferramentas de IA. A recomendação é redobrar a atenção ao receber pedidos de dinheiro, especialmente em situações de emergência. Confirmar a veracidade da informação por outros meios como contato direto com a suposta vítima ou familiares pode evitar prejuízos. Além disso, é importante limitar a exposição de dados pessoais e áudios nas redes sociais, pois qualquer conteúdo público pode ser usado como matéria-prima para esses golpes.
Essa nova face do crime digital exige vigilância constante e atualização das estratégias de proteção. A tecnologia, que pode ser uma aliada poderosa, também está sendo usada como arma por criminosos cada vez mais sofisticados.
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