Vitória Regina de Souza foi vista pela última vez nas imagens de uma câmera de segurança, caminhando em direção a um ponto de ônibus após deixar seu emprego em um restaurante no shopping de Cajamar. Momentos antes de desaparecer, ela enviou áudios desesperados a uma amiga, relatando que estava sendo seguida e assediada por homens em um carro. “Passou os cara no carro e eles falaram: ‘E aí, vida? Tá voltando?’. Ai, meu Deus do céu, vou chorar”, disse a jovem em uma das mensagens, com a voz embargada. Em outro trecho, ela confessou: “Acontece essas coisas e eu não consigo correr. Eu paraliso.”Os áudios, divulgados por familiares e exibidos em reportagens da TV Globo e Record, revelam o medo da adolescente enquanto tentava tranquilizar a amiga. “Ah, deu tudo certo. Eles entraram pra dentro da favela”, disse ela, aliviada, antes de mencionar dois jovens que a acompanhavam no ponto de ônibus: “Tô com medo. Um ficou e o outro pegou o mesmo ônibus”. A última mensagem afirmava que os suspeitos não haviam descido no mesmo ponto que ela: “Tá de boaça. Não tem problema nenhum”. Após isso, Vitória não voltou a se comunicar.
O corpo foi localizado por volta das 15h desta quarta-feira (5) por moradores que passavam pelo matagal. Segundo a polícia, o estado de decomposição avançado dificultou a identificação imediata, mas tatuagens características no corpo levaram os familiares a confirmar que se tratava de Vitória. Viaturas da Polícia Militar e Civil isolaram a área, e equipes do Instituto Médico Legal (IML) foram acionadas para remover os restos mortais e realizar exames periciais.
“A cena é chocante. O corpo estava esquartejado, o que sugere um crime brutal. Estamos trabalhando para determinar a causa da morte e identificar os responsáveis”, informou um investigador da Delegacia de Cajamar, que preferiu não se identificar. A polícia ainda analisa imagens de câmeras de segurança que mostram o trajeto de Vitória, incluindo o carro e os dois jovens mencionados nos áudios.
Até o momento, nenhum suspeito foi identificado oficialmente. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo afirmou que o caso está sendo investigado por meio de um inquérito policial instaurado pela Delegacia de Cajamar. Familiares, o namorado de Vitória e testemunhas já prestaram depoimento, mas as autoridades ainda buscam pistas que esclareçam o que aconteceu após a jovem descer do ônibus.
