O ex-ministro e senador eleito Sérgio Moro (União Brasil) usou suas redes sociais nesta terça-feira (3) para questionar o retorno do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) à estrutura do Ministério da Fazenda, determinado pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) da segunda-feira (2) um decreto que consolidou a realocação. O Coaf atua na prevenção e combate à corrupção e até então fazia parte da estrutura do Banco Central (BC).
Qual seria o motivo técnico que levou o novo Governo a transferir o COAF do Banco Central autônomo para o Ministério da Fazenda político?
— Sergio Moro (@SF_Moro) January 3, 2023
O ex-juiz destacou em sua publicação o caráter autônomo que tem hoje o BC e apontou a gestão da pasta comandada por Fernando Haddad (PT) como “política”.
A CNN procurou o Ministério da Fazenda para que comentasse a publicação de Moro. Até o momento não houve resposta.
Moro e o Coaf
Nos primeiros dias de seu governo, em 2019, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) transferiu o Coaf da estrutura do Ministério da Fazenda para a pasta de Justiça e Segurança Pública — então comandada por Sérgio Moro.
Em agosto de 2019, contudo, o ex-presidente assinou uma medida provisória que transferiu o órgão para o Ministério da Economia, o tirando da alçada de Moro. No começo de 2020, o Coaf foi novamente realocado e consolidado na estrutura do Banco Central.
Quando ainda era pré-candidato à Presidência pelo Podemos, em janeiro de 2022, Moro chegou a afirmar que Bolsonaro beneficiou seus filhos em investigações judiciais ao realizar a transferência.
“O Coaf foi para o Ministério da Economia. Depois teve uma decisão do Supremo que beneficiou o filho do presidente, parou uma investigação. O problema é que essa liminar parava todas as investigações de lavagem de dinheiro no país”, disse o ex-juiz em entrevista ao Flow Podcast.