O Banco Central, na semana passada, publicou as regras e procedimentos para a criação do Banco Real Digital.
À CNN Rádio, o especialista em Tecnologia e Inovação Arthur Igreja esclareceu que o Real Digital “não é criptomoeda e nada tem a ver com bitcoin.”
Na verdade, o RD é a “digitalização do Real, que traz paridade, ou seja, 1 real digital vale a mesma coisa que o papel moeda.”
Ele ressalta que “o Real Digital não é operacionalizado pelo público.”
Isso significa que será unificado o que já acontece entre o Banco Central e as instituições financeiras.
“As instituições financeiras precisam ter balanço das transações, de uma pessoa para outra, mesmo de bancos diferentes.”
O especialista destaca que “hoje, todos os registros são separados, o banco A tem um sistema, o banco B tem outro, são centenas de bases de dados consolidados.”
Com a unificação, “todo mundo registra as transações na mesma base de dados, o que traz agilidade e torna o sistema eficiente.”
Ao mesmo tempo, Igreja lembra que o Real Digital é mais algo que acontecerá “entre o Banco Central e as instituições financeiras, e não causará mudanças na vida do cidadão comum.”
“Nós temos um relacionamento com as instituições, muita gente achou que seria uma moeda digital e que as pessoas passariam a fazer transições sem as instituições financeiras (…), mas não foi esse o caminho definido pelo BC”, completou.
Para ser colocado em prática até o final de 2024, será criado um comitê com 10 instituições financeiras, como um projeto piloto.
“Essas instituições vão participar de toda a fase de testes, verificação, checagem de balanço e verificação de segurança, que é o ponto mais crítico”, afirmou.
*Com produção de Isabel Campos